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Pessoas negras podem ter câncer de pele? Entenda

Publicada dia 19/12/2023 às 17:12:00

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Mariana Chagas


O câncer de pele é o tumor maligno mais frequente no Brasil, representando cerca de 30% dos diagnósticos de câncer do país, segundo o Ministério da Saúde. Apesar da grande incidência, existe uma crença que essa doença não atinge pessoas de pele negra, correspondentes a mais da metade da população brasileira. 

Dra. Ana Lucia, dermatologista do Espaço Vida, explica que essa afirmação é falsa. “As pessoas de pele negra apresentam câncer de pele sim, e devem se proteger dos fatores externos para tentar evitá-los. Elas apresentam maior quantidade de melanina na pele, que é um “filtro” para os raios solares, mas eles atingem a pele da mesma forma, causando danos”, explica a profissional.

Ao contrário do que afirmam superstições, a melanina não é capaz de proteger a pele dos fatores genéticos ou físicos que desencadeiam o câncer. “Os grupos de maior risco são os do fototipo I e II, ou seja: pessoas de pele clara, com sardas, cabelos claros ou ruivos e olhos claros. Mas todos devem estar atentos, inclusive as pessoas de pele morena ou negra”, observa Ana.  

Ana Lucia ainda complementa que algumas complicações do câncer de pele podem se agravar em pessoas pretas e pardas. “Existe um tipo de melanoma, o acral, que dá nas extremidades (mãos e pés), e em pessoas negras pode até ser mais agressivo que o normal”, elucida a profissional.

Segundo a dermatologista, com o aumento das ondas de calor, a atenção dada a proteção da pele deve ser redobrada: “como a incidência dos raios ultravioletas está cada vez mais agressiva em todo o planeta, as pessoas de todos os fototipos devem estar atentas e se protegerem quando expostas ao sol”. 

Para se proteger, o uso do protetor solar é fundamental. Mas também existem outros cuidados que podem ser tomados. Usar chapéus, camisetas, óculos escuros e permanecer na sombra entre 10 e 16 horas, evitando o horário do sol forte, podem ser métodos acessíveis e rápidos de prevenir a doença. 

A profissional também indica consultar um dermatologista uma vez ao ano, no mínimo, para um exame completo.