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Terminou mas continua te seguindo? Conheça o orbiting

Publicada dia 15/07/2024 às 14:14:15

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Mariana Chagas


Dar um match, levar um ghosting, ou ser vítima de um love bombing. Com a evolução da internet, novas formas de se relacionar vão surgindo e, com elas, novos termos também. O antigo flerte e encontro abrem lugar para a curtida nos stories e, quem sabe, uma conversa no direct do Instagram.

Nas redes sociais, uma nova terminologia vem surgindo para descrever um comportamento cada vez mais comum no mundo virtual dos relacionamentos. O orbiting, com tradução literal “orbitando”, seria o movimento de acompanhar nas redes alguém que você já se relacionou e separou, ou alguém que você nem chegou a se relacionar de fato.

Segundo a psicóloga clínica Isabela Yoneda, a prática desse hábito pode ser prejudicial para todas as pessoas envolvidas. “Esse tipo de atitude, de acompanhar o ex nas redes sociais, pode gerar um sofrimento que dificultará na elaboração do término e no ato de seguir em frente”, aponta. Além disso, ver que o ex já seguiu em frente, pode originar uma angústia e até uma comparação desnecessária, tornando o término ainda mais doloroso.

Dessa forma, manter distância, mesmo que virtualmente, é um passo necessário para superar um relacionamento. “A ausência pode tornar o rompimento mais fácil de ser superado. Com as redes sociais, esse distanciamento pode se dificultar, já que a qualquer momento é possível saber sobre a vida do outro, ter acesso a posts, fotos, entre outros”, complementa a profissional. 

Para relacionamentos que não saíram do match, a situação também pode ser complicada. Isso porque, mesmo quando a relação não se concretizou, é comum que as pessoas continuem se seguindo e se acompanhando. “O motivo que levaria alguém a continuar stalkeando pode ser vários, como curiosidade, insegurança e até mesmo a dificuldade de lidar com a rejeição”, cita a psicóloga. 

“Vale ressaltar que a partir do momento que alguém deixa de realizar suas atividades do dia a dia, passa a negligenciar a si mesma e vive apenas para a espionagem, esse comportamento tornou-se uma obsessão, uma patologia, e merece atenção”, aponta Isabela.

Por fim, a psicóloga ressalta que as redes sociais podem ser aliadas em um relacionamento, mas também podem ser prejudiciais. “É necessário que a internet seja usada sempre com prudência, priorizando o ao vivo e não a imagem digital”, finaliza.