Casal transforma restauração de imagens sacras em negócio

Ivone de Souza Ribeiro, 62, e Valdir da Silva Ribeiro, 64, trabalham em equipe no próprio negócio, o Restauro Sacro. Os artesãos oferecem serviços de restauração de estátuas quebradas, como artigos religiosos, santos e peças de decoração - trabalho feito na própria casa. Além disso, o casal unido administra um salão de cabeleireiro com hora marcada, visto que a artesã é também cabeleireira há 35 anos. O marido, por sua vez, já foi pedreiro, construtor e publicou dois livros de comédia: “Limonada e suas trapalhadas” e “Limonada em conflito”.

Antes de assumirem a oficina de restauração, a responsável pelo serviço era a filha de Ivone, Flávia Soares. Ivone já tinha o costume de customizar imagens sacras novas, com pérolas e técnicas de pintura. Depois, passou a ajudar a Flávia no negócio até a filha decidir focar em outras atividades, há três anos atrás. Assim, os clientes migraram para as mãos de Ivone e Valdir. “Fizemos cursos de aprimoramento, mas muito do que sei é graças a Flávia, que sempre me ensinou”, afirma a mãe. 

O negócio é próspero e os clientes são instituições e igrejas de toda região - além de atenderem demandas particulares. “Santa Cruz, Ipaussu, São Pedro do Turvo, Ourinhos, Ubirajara, Salto Grande e até mais”, revela. O interesse pela arte vem desde criança, como conta Ivone. “Sempre gostei de artesanato e Valdir fez cursos de fotografia e desenho. Somos uma família de artistas!”, brinca. 

Sobre os materiais, Valdir revela que gesso, massa especial, pó de serra e cola são os mais utilizados. Além disso, a lixa é fundamental pois é o que define e molda os detalhes da estátua. “Ele trabalha na estrutura em torno de 10 a 15 dias, dependendo do tamanho e estado da imagem, pois o processo dele é mais trabalhoso que o meu. A segunda parte é comigo, uso tinta, Betume e técnicas de envelhecimento para finalizar”, enfatiza Ivone. Ela acrescenta, ainda, que quanto mais detalhes uma figura tem, mais tempo leva para ser concluída. 

Ivone e Valdir se conheceram na época de escola. “Nós morávamos perto e frequentávamos a mesma quermesse, no São José”, confessa. Há décadas juntos, são parceiros e adoram frequentar o pesqueiro no tempo livre. Os dois seguem motivados com o Restauro Sacro e pretendem, futuramente, ampliar o espaço.