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No aniversário da Maria da Penha, homem é preso torturando mulher

Publicada dia 13/08/2019 às 11:46:32

Renan Alves

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Um homem de 32 anos foi preso em flagrante por policiais militares na tarde de quarta-feira, 07, enquanto agredia e torturava uma mulher com choques elétricos em uma residência na Vila 80, em Santa Cruz do Rio Pardo.

Segundo a delegada da Polícia Civil, Isabel Bertoldo, um vizinho abordou a viatura da Polícia Militar afirmando que estava acontecendo uma briga de casal naquela residência. “A polícia chegou e viu a mulher amarrada, com fios energizados enrolados ao pescoço e pedindo para parar os choques”, relata.

A vítima foi encaminhada para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e não prestou esclarecimentos porque foi internada. O autor do crime foi preso e com ele, localizada uma porção de maconha. “Já existia a denúncia de que naquela residência estava acontecendo tráfico, então foi acionado o cão farejador Boris que encontrou diversas drogas em uma cama box e também no quintal”, afirma Isabel.

O agressor que negou qualquer fato foi preso por tentativa de homicídio por meio cruel e tráfico de drogas, o crime é inafiançável e portando foi levado para a penitenciária de São Pedro do Turvo. Júlio Cesar Francisco Pinto passou pela audiência de custódia na quinta-feira, 08, e sua prisão foi mantida. O autor do crime já possuía passagens por violência doméstica e tráfico de drogas.

Maria da Penha

O crime foi registrado no dia em que se comemorava o aniversário da lei Maria da Penha. Em 1983, Maria da Penha foi vítima de dupla tentativa de feminicídio por Marcos Antônio Heredia Viveros, na época, seu marido. Na primeira, ele simulou um assalto e lhe desferiu um tiro nas costas enquanto ela dormia, deixando-a paraplégica. Na segunda, com Maria da Penha já em uma cadeira de rodas, ele tentou eletrocutá-la durante o banho. Ela tinha 38 anos de idade e três filhas com seu algoz.

Esse terrível trecho da história da farmacêutica e bioquímica cearense mudou toda sua trajetória e a tornou um símbolo do combate à violência doméstica. Sua luta fez com que, em 7 de agosto de 2006, fosse sancionada uma lei com seu nome para garantir proteção para mulheres contra qualquer tipo de violência doméstica - seja física, psicológica, patrimonial ou moral.