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Abstinência sexual causa polêmica no cenário nacional

Publicada dia 07/02/2020 às 13:06:05

Marcos Pellegatti

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Recentemente o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, apresentou uma proposta que tem causado muita polêmica no cenário nacional. A ideia de incentivar a iniciação sexual tardia veio da ministra Damares Alves, e tem como intenção prevenir a gravidez precoce na adolescência e a transmissão de infecções sexualmente transmissíveis (IST’s).

A proposta apresentada por Damares é semelhante à defendida por movimentos ligados à igreja evangélica como o ‘Eu Escolhi Esperar’. O Atual entrevistou algumas jovens para saber qual a opinião delas sobre o assunto e se a ideia funcionaria na sociedade.

A estudante de Publicidade e Propaganda, Ana Laura Cardoso, disse que “é importante lembrar que o Estado é laico”. “O Ministério basear essa proposta e um movimento que tem relação com a igreja evangélica, estão impondo uma ideologia de determinada religião pra todo mundo”, afirma. A jovem acredita que a solução para a gravidez precoce seria a educação sexual nas escolas, pois o ato sexual acontecerá em algum momento, e o fato da pessoa estar preparada e ciente das consequências de uma prática sexual segura faz toda a diferença.

Laura Santos Lopes, estudante de Jornalismo, acredita que censurar as práticas não resolverá o problema e o governo deve investir em educação sexual e palestras para os jovens.  “A faixa etária do público-alvo da medida em questão não possui o perfil dos mais obedientes, o que me faz imaginar que a implementação da interdição de relações sexuais só tenderia a atiçar ainda mais a curiosidade entre os jovens”, complementa.

Júlia Campos, estudante em Técnico de Enfermagem, concorda que a educação sexual é a melhor solução, e acredita que é importante fazer uma “conscientização das consequências de começar uma relação sexual cedo e as consequências em longo prazo, principalmente se praticado sem camisinha e sem métodos contraceptivos”, conclui.

Com a polêmica, um grupo de foliões de Belo Horizonte (MG) decidiu organizar um bloco de carnaval intitulado “Quem deu, deu. Quem não deu, não Damares”. Em seu Twitter a ministra afirmou que “ninguém vai parar de oferecer preservativos. São ações que se complementam”, fazendo referência a campanha constante de uso de preservativos do Ministério da Saúde.

A campanha começou nas redes sociais do governo no dia 3 de fevereiro e tem como alvo o público entre 10 e 18 anos de idade.