Junho é mês de campanha de prevenção de queimaduras

Thaís Balielo

Thaís Balielo

O Junho Laranja é uma campanha da Sociedade Brasileira de Queimaduras para alertar sobre a prevenção das queimaduras, que ocorrem geralmente por acidentes domésticos com fogo, líquidos quentes, eletricidade e, agora na pandemia, em especial com o uso do álcool. A médica dermatologista Ana Lúcia Beltrame informou que, no Brasil, são cerca de 150 mil internações por ano em razão de queimaduras, sendo que 30% delas são crianças. “A melhor maneira de diminuir esses números é através da educação e de prevenção por parte da população”, diz.

A médica pondera que, mesmo sendo os acidentes domésticos em sua maioria os causadores dessas queimaduras, elas podem ser graves e até levarem à morte. Ela enfatiza que, quando ocorre um acidente com queimadura, de imediato deve-se tentar afastar a causa (conter as chamas, desligar a eletricidade, etc) e colocar a área do corpo atingida em água fria ou corrente para amenizar a dor, por 15 a 20 minutos. Além disso, deve-se tomar analgésico para o controle da dor, e procurar auxílio médico imediato na UPA ou Pronto Socorro mais próximo.

As queimaduras podem ser de 1º grau (vermelhidão), 2º grau (formação de bolhas) ou até 3º grau (atingir músculos, ossos e tendões), e queimaduras de face, mãos e pés já são consideradas graves por risco de perda de funções de órgãos nobres. Muitas vezes é necessária a internação para hidratação da pessoa, com o uso de soro na veia e medicações específicas para dor e prevenção de infecção, além da realização de curativos específicos, a fim de promover a cicatrização da área lesada e minimizar as sequelas e cicatrizes.

“Receitas caseiras para queimaduras como o uso imediato de creme dental, colocação de gelo local, ou outras devem ser evitados, pois além de não ajudarem, podem até aumentar os danos no organismo, estendendo a área queimada”, alerta.

Como medidas de prevenção, Ana Lúcia citou que apenas adultos devem mexer em casa com substâncias inflamáveis, produtos de limpeza e combustíveis, que devem ser guardadas fora do alcance das crianças e dos animais domésticos. No fogão, deve-se preferir usar as bocas do fundo, e deixar os cabos das panelas voltados para dentro, em especial quando existem crianças na casa.

A médica também lembrou os riscos de choque elétrico recomendando utilizar protetores de tomadas, e não deixar fios elétricos expostos. Uma única tomada também não deve ser sobrecarregada com o uso de vários aparelhos ao mesmo tempo. Para os fumantes o recado é para que não fumem deitados ou próximos a substâncias inflamáveis. “Uma atenção especial deve ser dada ao álcool, seja em líquido ou gel, pois agora na pandemia seu uso está muito frequente, mas não deve ser utilizado próximo a fontes de calor, fogão ou churrasqueiras, e nem deixar expostos diretamente ao sol, inclusive dentro dos carros. Após utilizá-lo nas mãos, esperar ao menos um minuto antes de realizar outras atividades. Sempre que possível, deve-se optar pela lavagem das mãos com água e sabão e usar como alternativa outras substâncias comprovadamente germicidas, como a água sanitária, e que não são inflamáveis”, recomenda.