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Humano consome um capacete de bombeiro por ano em microplásticos

Publicada dia 22/01/2021 às 10:05:39

Thaís Balielo

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Thaís Balielo


Um estudo da WWF aponta que em uma década o ser humano pode ingerir 2,5 quilos de plástico. Da fossa das Marianas, no oceano Pacífico, aos Alpes, das praias de Fernando de Noronha às grandes metrópoles, os microplásticos estão em toda parte, em geral sem serem vistos. Eles já foram encontrados não apenas no ar que se respira, em ambientes terrestres, marinhos e reservas de água doce, mas também na água de torneira e engarrafada, no sal marinho, no mel, na cerveja, nos frutos do mar e em peixes consumidos pelo homem e, por consequência, nas fezes humanas.

Podemos estar ingerindo a cada semana o equivalente a um cartão de crédito, ou um tijolo de Lego ao mês. O estudo calcula ainda que em um ano daria para confeccionar um capacete de bombeiro com o plástico que consumimos.

O médico especialista em doenças do estômago, Paulo Sérgio Marcato alertou que o microplástico tem potencial carcinógeno e pode ser causa de doenças neurológicas, da tireoide, e diabetes. “É mais uma doença relacionada à Revolução Industrial e sua evolução tecnológica onde o plástico, através da indústria química, passou a ser muito produzido e fazer parte do nosso cotidiano, seja na alimentação, ou vestuário com os tecidos sintéticos”, argumenta.

Marcato explica que os microplásticos são ingeridos através da água, alimentos (principalmente marinhos) e respiração de partículas poluentes no ar. Em caso de uma partícula de plástico alojada no estômago é preciso realizar um procedimento endoscópio se a ingestão for detectada precocemente. “Veja que neste caso estou imaginando um pedaço de plástico visível a olho nu. No caso de microplástico há estudos que mostram que podem invadir inclusive a corrente sanguínea”, aponta.

O médico argumenta que a questão do microplástico será mais um enfrentamento da saúde pública e que o problema deverá ser enfrentado modificando hábitos. Desde os anos 50, a produção de plástico disparou no mundo todo, com o uso generalizado de produtos baratos e descartáveis. O problema é que o plástico não é biodegradável, ele apenas se fragmenta em pedaços menores. Com isso, ele acaba parando em todo lugar, poluindo praias e sufocando animais marinhos.