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Jovens do sexo masculino se arriscam mais na condução de veículos

Publicada dia 05/01/2021 às 13:19:51

Thaís Balielo

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Thaís Balielo


Um estudo da Universidade de São Paulo (USP), publicado pela Agência Brasil, mostrou que homens de 18 a 25 anos tem probabilidade 42% maior de se arriscar em manobras de ultrapassagem do que mulheres e mais homens velhos. As pistas simples são consideradas as mais perigosas das rodovias.

O trabalho foi desenvolvido pela Escola de Engenharia da Universidade de São Carlos. Para o estudo foram convidados 100 voluntários de todas as faixas etárias e com habilitação para participar de experimentos em um simulador de direção, capaz de reproduzir virtualmente qualquer tipo de rodovia de forma realista. Uma rodovia de pista simples com mão dupla foi projetada para a pesquisa, propondo aos motoristas que fizessem as ultrapassagens no momento em que julgassem adequado.

Foi observado no estudo que os jovens do sexo masculino tendem a se arriscar mais neste tipo de ultrapassagem perigosa. Eles se aproximavam bastante na traseira do veículo da frente e realizavam várias tentativas malsucedidas de ultrapassagem, tendo que retornar à posição de origem. Muitas vezes eles faziam ultrapassagens enquanto um veículo vinha no sentido oposto, ao contrário das mulheres, que esperavam o carro passar.

Comandante da Polícia Militar de Santa Cruz do Rio Pardo, o capitão Cassiano Correa de Moraes ponderou que o jovem, na maioria das vezes, possui menos preocupação com sua integridade e com a dos outros. “Por isso presenciamos muitos abusos que ocasionam em graves acidentes. É característica desta faixa etária a necessidade de se arriscar, imprimir maior velocidade ao veículo ou mesmo transgredir as regras de trânsito, que existem para ser cumpridas e regular a paz entre os usuários do trânsito, seja condutor de veículo ou pedestre”, argumenta.

Cassiano lembra que a imprudência engloba várias questões. “Quando se dirige falando ou mexendo no celular, quando ingeriu álcool e tomou a condução de veículo automotor, quando os pais não colocam uma criança na cadeirinha. Todos esses atos São considerados imprudentes”, exemplifica.

O comandante ainda falou que é preciso lembrar os veículos não são somente os automotores. “O CTB [Código de Trânsito Brasileiro], regula o trânsito de forma geral, a bicicleta é um veículo e deve respeitar as leis de trânsito, a carroça puxada por cavalo é veículo e da mesma forma devem respeitar as normas. O ciclista tem que ter ciência que sua massa é menor, portanto, menos visualização, portanto tomar cuidado redobrado”, aconselha. Para quem vai enfrentar a estrada para trabalho ou para viajar no fim do ano Cassiano aconselhou a fazer manutenção preventiva no veículo e não ter pressa de chegar.

Com base no banco de dados da Polícia Rodoviária Federal (Datatran), 94% dos condutores envolvidos anualmente em acidentes de colisão frontal no Brasil são homens, e que entre 2008 e 2018 ocorreram 15 mil mortes, sendo que motoristas entre 20 e 50 anos são os que mais aparecem nas tragédias.