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Taxista em plena era Uber: há 18 anos na área, Almir não pensa em parar

Publicada dia 02/04/2024 às 11:53:07

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Antes motorista, sempre motorista - seja ônibus, caminhão ou carro - Almir Costa Ribeiro, 48, já dirigiu de tudo um pouco. Taxista desde 2006, está em Santa Cruz desde 1997 e atualmente mantém a carreira como motorista de táxi e guincho de seguradora.

Quando resolveu adentrar o meio, percebeu que era lucrativo porque ainda não haviam muitos táxis na cidade, diferentemente de hoje em dia, em que outros tipos de serviços urbanos disputam espaço. “Só de táxi não dá para ficar, afinal, surgiram os moto táxis, Uber e carros de aplicativo”, conta. Antigamente, Almir trabalhava como motorista de caminhão, de ambulância, de gabinete e até para seguradoras em continuação de viagens a outros estados. 

O primeiro carro de táxi do motorista foi um Santana CL 1987 usado - Almir já teve três do mesmo modelo. Anos depois, comprou um Astra 2011 novo e, entre 2014 e 2021, foram quatro Corollas adquiridos. Hoje, o único carro utilizado para as corridas é um City 2023. Todo e qualquer taxista é isento da obrigação de pagar o imposto de IPVA, por isso, é comum a troca de carros com mais frequência que outras pessoas. Por ser um veículo de utilidade pública, o governo reconhece a isenção como uma forma de incentivo ao serviço do taxista. 

O viajante possui clientes fidelizados pela cidade, que o ligam quando precisam de carona. “À noite, principalmente, as pessoas têm medo de sair de casa sozinhas, então sei que podem me ligar e fico à disposição. Já dirigi muito de madrugada e tinha costume de acordar às 3h da manhã para trabalhar”, revela. Muitos passageiros já passaram por ele,  incluindo juízes, cantores e pessoas com forte poder executivo. 

Além disso, o ponto de táxi principal de Almir é na rodoviária. Embora seja um bom local para corridas, o motorista afirma que é muito perigoso. “Certa vez, presenciei um assassinato lá. Foi triste. Outro dia, levei uma mulher que estava voltando de viagem para casa e encontrou o marido a traindo em casa”, confessa. Em algumas viagens, ele declara ter passado medo devido ao passageiro agir de forma suspeita. 

Apesar de tudo, o taxista é fascinado pela profissão e destaca que está sempre entusiasmado para dirigir e conhecer quem será o próximo a viajar ao seu lado.