Sintomas de TOC podem causar sofrimento psíquico e afetar a qualidade de vida

Arquivo Pessoal

Lavar as mãos excessivamente para se livrar de germes ou contaminação, preocupação excessiva com limpeza, incômodo com linhas assimétricas ou objetos em ordens imperfeitas, podem se tratar de sintomas do TOC, o Transtorno Obsessivo Compulsivo, que atinge milhares de pessoas, e pode prejudicar hábitos saudáveis, como explica a psicóloga Tatiane Lisboa. “É considerado um transtorno mental grave, que se caracteriza pela presença de pensamentos obsessivos e/ou comportamentos compulsivos, que tomam o tempo da pessoa e interferem significativamente em sua vida familiar, social e profissional”, relata.

Tatiane destaca que o Transtorno Obsessivo Compulsivo, como o nome já diz se desenvolve a partir dos pensamentos que determinam as ações. “A obsessão diz respeito aos pensamentos do indivíduo, por exemplo, ele fica pensando que precisa lavar as mãos ou então será contaminado, logo, a compulsão refere-se aos comportamentos, os chamados rituais, que, neste caso, o indivíduo lava as mãos diversas vezes ao dia, de maneira excessiva”, detalha.

Por estar associado a atividades rotineiras, muitos ainda consideram que não há gravidade em ter o transtorno, e, pensam até que pode ser benéfico. Porém a psicóloga, alerta que o TOC não tem seu lado positivo. “As pessoas devem entender a diferença entre comportamentos comuns de limpeza, organização, entre outros, e quando isso deixa de ser bom, e se torna patológico, que é quando as ações passam a causar sofrimento psíquico ao paciente, e, interferir, de maneira significativa, toda a vida pessoal”, aponta.

Conforme Tatiane, em maioria, os sintomas de TOC já passam a ser percebidos durante a infância ou no final na adolescência, e pode agravar conforme o tempo. No entanto, as causas não podem ser apontadas, mas, sim condições influentes. “Provavelmente vários fatores influenciam em seu aparecimento, podendo ser de natureza biológica, predisposição genética, alterações funcionais e fatores psicológicos, como formas erradas de lidar com medos e ansiedades”, informa.

A psicóloga ressalta que, independentemente do tipo e motivos, este transtorno é considerado crônico, pois é difícil eliminar todos os sintomas, mas há tratamentos que alcançam melhorias na qualidade de vida. “É geralmente tratado com medicação, psicoterapia ou uma combinação dos dois. Pesquisas mostram que psicoterapia pode ser tão eficazes quanto a medicação para muitos indivíduos, incluindo a terapia cognitiva comportamental (TCC), que é eficaz na redução dos comportamentos compulsivos e pensamentos obsessivos, buscando a regressão dos sintomas, mesmo em pessoas que não respondem bem à medicação”, afirma.