< Voltar

Em alta, cigarro de palha traz ilusão de fazer menos mal

Publicada dia 28/10/2018 às 15:36:18

Thaís Balielo

em-alta-cigarro-de-palha-traz-ilusao-de-fazer-menos-mal


Um costume do tempo dos avôs vem sendo disseminando entre jovens do país e de Santa Cruz do Rio Pardo: o cigarro de palha, ou palheiro.

A venda do produto tem crescido tanto que saiu da exclusividade das tabacarias para os postos de combustível e lojas de conveniências. A ilusão que este tipo de cigarro é menos nocivo por ser palha de milho e tabaco natural é o que vem atraindo consumidores. No entanto, o Ministério da Saúde alerta que os danos são os mesmos.

O tabaco é responsável por 90% dos casos de câncer no País. A proposta do ministério é levar até os jovens a informação que o produto é prejudicial e para que não se sintam seduzidos pela falsa impressão de que não faz mal.

Já enroladinhos, com um minúsculo elástico compondo o produto, o cigarro de palha tem sua graça, mas causa danos à saúde. Além de outras substâncias nocivas, contém nicotina, o que pode levar ao vício. O cigarro de palha tem cinco a sete vezes mais nicotina e alcatrão que os industrializados.

Um estudante que preferiu não se identificar revelou que procura o cigarro palheiro, pois tem um sabor característico. “O fumo é mais purificado e em razão disso causa maior sensação de saciedade. Os fumos de cigarros tradicionais são muito fracos, e no final das contas acaba se fumando muito mais para obter a mesma sensação. Muita gente procura por estilo, eu procuro pelo sabor diferente”, revela.

Vendedora em uma loja de conveniência, Letícia Oliveira disse estar percebendo um aumento na venda do cigarro de palha entre os jovens. Ela revelou que no início vendiam apenas algumas marcas e agora os proprietários tiveram que comprar mais variedades devido a procura pelos saborizados como o de cereja e de uva. “São os mais jovens que compram e tem bastante meninas também. Acredito que eles pensam que o cigarro de palha é mais fraco. O narguilé também vende bastante e eles têm o mesmo pensamento. Gente de mais idade só compra o cigarro industrializado”, relata.