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Depressão pós-parto possui vários níveis

Publicada dia 10/05/2019 às 15:06:32

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A depressão pós-parto ocorre logo após o parto. Os sintomas incluem tristeza e desesperança. Muitas novas mães experimentam alterações de humor e crises de choro após o parto, no entanto, algumas experimentam esses sintomas com mais intensidade, dando origem à depressão pós-parto. Tudo isso ocorre principalmente devido às alterações hormonais decorrentes do término da gravidez. Raramente, pode ocorrer uma forma extrema de depressão pós-parto, conhecida como psicose pós-parto.

O psiquiatra Eduardo Ursolino explica que o período pós-parto, também chamado de puerpério, é uma fase de mudança e readaptação física materna, com duração média de 6 semanas. Ele explica que depressão pós-parto corresponde a qualquer episódio depressivo que ocorra neste período.

“A mulher pode apresentar humor deprimido, perda do prazer, alteração de apetite e sono, agitação ou retardo psicomotor, cansaço, sentimento de inutilidade ou culpa, perda da concentração, e até pensamentos de morte e suicídio. Existe alta probabilidade de apresentarem sintomas ansiosos e obsessivos-compulsivos, e a resposta terapêutica é demorada, podendo ser necessário mais de uma medicação”, diz.

O tratamento para a depressão é feito com antidepressivos convencionais. Porém Eduardo lembra que as intervenções não farmacológicas também são indicadas, como a psicoterapia interpessoal e a cognitivo comportamental, podendo ser tão eficazes quanto o uso de antidepressivos, e também podem ser utilizadas como prevenção. A grupoterapia de suporte e as visitas de agentes de saúde à mulheres deprimidas no pós-parto também são úteis, estimulando-as a falar sobre seus sentimentos.

Grupos de apoio – A psicóloga Mayra Aiello Correa de Oliveira trabalha com grupos de mulheres com depressão pós parto em uma maternidade de São Paulo chamada Commadre. “O atendimento psicológico é feito logo que a mulher tem o bebê. Tem uma roda de pós-parto com atendimento em grupo semanal. A equipe multiprofissional que atende na Commadre avalia estas mães e indica para o grupo de psicólogos conforme a necessidade”, explica.

Mayra conta que o grupo trabalha principalmente a angustia materna e a adaptação desta nova vida. “É a mulher filha que se torna mulher mãe. Novo papel, novo tempo, novo ritmo de vida. Tudo isso pode ser muito angustiante. Tem vários níveis de depressão. A mulher não quer sair de casa, não quer se cuidar, tem níveis mais graves onde há um distanciamento, um agravamento, aí o psiquiatra deve auxiliar”, afirma.