Comer bem no trabalho é possível?

Thaís Balielo

Com a correria do dia a dia, comer comidas rápidas pode facilitar, mas a quantidade de nutrientes é pequena nas chamadas junk foods. Comer bem, de forma balanceada requer um esforço e dedicação maior, mas a nutricionista Michele Kampf Dierka garante que é possível se programar para comer com qualidade no trabalho.

Hoje especializada em nutrição infantil, Michele já trabalhou com educação nutricional em empresas. “Nestes anos pude acompanhar de perto a rotina de vários trabalhadores, de diferentes empresas, cargos e é muito comum a alimentação ser deixada de lado durante o período de trabalho. Mas muitas vezes passamos a maior parte do dia trabalhando e cuidar da alimentação só nas horas vagas não é o suficiente”, alerta.

“Uma alimentação equilibrada, além de prevenir doenças, melhorar a qualidade de vida e auxiliar no controle de peso, melhora o desempenho e rendimento no trabalho. Então aqui está um bom argumento para justificar a importância da alimentação no trabalho pensando tanto no aspecto pessoal como profissional”, pontua.

A nutricionista explica que é importante criar uma rotina de alimentação saudável e para isso o planejamento é essencial. “Faça uma lista de compras, vá ao supermercado e organize a sua semana. Para quem leva marmita – que está super na moda – vale sim cozinhar no final de semana e deixar tudo congelado para facilitar. Pense também nos lanches, que podem ser compostos por frutas, iogurtes, aveia, oleaginosas, sanduiche natural ou mesmo um pedaço de bolo que você fez”, aconselha.

Para quem não consegue levar marmita, Michele garante que é possível montar um prato saudável mesmo comendo fora de casa. O prato deve ter metade de salada e legumes, um quarto de arroz e feijão (ou batata, polenta, macarrão) e um quarto de proteína (uma porção de carne, ovos ou outras leguminosas como ervilha, lentilha, grão de bico ou soja).

“Nada de comer enquanto responde e-mail, preenche planilha ou faz outra atividade. Alimentação requer atenção. Nós perdemos o contato com o alimento com correria do dia a dia e muitas vezes não sabemos identificar quando temos fome, o que é vontade, o que é ansiedade, quando estamos satisfeitos. Portanto, dê uma pequena pausa no seu dia, olhe para sua comida, sinta o cheiro, pense nos ingredientes, sinta o sabor, os temperos, mastigue devagar, e só depois volte retome seus afazeres. Você e seu corpo merecem”, garante.