Blitz da música ao vivo gera demissão e até mudança de lei

Renan Alves

A blitz da música ao vivo realizada na noite de Dia dos Namorados, 12, e denunciada pelo Atual gerou tanta repercussão em Santa Cruz que o prefeito Otacílio Assis decidiu exonerar a secretaria de Assuntos Jurídicos, Carla Pereira, através de uma coletiva de imprensa realizada na segunda-feira, 17. A decisão de Otacílio não deve ser mantida nas próximas semanas já que o prefeito se reuniu com Carla dias depois e pediu para que ela continuasse nas próximas semanas.

Segundo informações, Otacílio já perdoou Carla e seu possível namorado Guilherme Vidor depois que o comerciante voltou à rádio Band FM para se desculpar afirmando que o prefeito não estava envolvido nas denúncias. Um dia antes, Vidor falou nos mesmos microfones que foi Otacílio quem o orientou a denunciar os estabelecimentos irregulares da cidade.

 Na coletiva, Otacílio afirmou que não conhecia Guilherme e que nunca o orientou em nada. “Eu só o vi por foto, nunca conversei. Agora ele está cometendo um feminicídio, mas invés de matar a namorada está matando seu cargo”, disparou o prefeito.

O prefeito afirmou que nos próximos dias se reunirá com vereadores e funcionários da fiscalização para modificar a lei que proíbe música ao vivo no município, estudar e rever a fiscalização dos estabelecimentos. “Precisamos adequar a lei, deixá-la um pouco mais leve para que eles possam trabalhar. Eu mesmo vou estudá-la e fazer alterações, quem escreveu e quem aprovou não sabia de nada”, disse.

Ao fim da coletiva, Otacílio destacou que até a mudança da lei, estão proibidos eventos com músicas ao vivo em restaurantes e lanchonetes no município. “Eventos públicos não se enquadram nesta categoria”, pontuou.

O assunto da demissão deve ser abafado pelo prefeito nas próximas semanas e Carla Pereira deve continuar em seu cargo já que até o ofício de exoneração foi rasgado. O suposto processo que Otacílio afirmou que entrará contra Guilherme também deve ser esquecido, os dois se reuniram em uma manhã no gabinete e para pessoas próximas, se acertaram. A mudança da lei acarretará em uma corrida para definir quem será o mentor do projeto, já que todos buscam uma ‘moral’ para as eleições 2020 com os comerciantes.