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Mulheres reescreveram suas histórias com estudo

Publicada dia 12/03/2019 às 08:11:00

Thaís Balielo

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A oportunidade de fazer cursos pode mudar a vida das pessoas, este o caso de algumas mulheres de Santa Cruz do Rio Pardo. Elas procuraram os cursos para aprender uma nova profissão, ocupar a cabeça, realizar sonhos e estão conseguindo.

Ana Cecília Cunha Gonçalves Souza, 29, trabalhava para uma fábrica de calçados fazendo enfeites quando resolveu fazer um curso de manicure oferecido pela Prefeitura Municipal. “Resolvi fazer o curso porque tenho um filho de oito anos e gostaria de acompanhar o desenvolvimento dele mais de perto. Como manicure eu poderia trabalhar para mim mesma e ter meus horários, assim estaria sempre perto dele na hora que ele precisasse, o que não seria possível se eu trabalhasse para outra pessoa”, conta.

A manicure conta que sua vida mudou para melhor após o curso. “Faço o que gosto, que é deixar as pessoas mais bonitas, e posso estar perto do meu filho que foi o maior motivo para eu fazer o curso”, afirma.

Ana Cecília reservou um pedaço da sala para deixar seu material e fazer as unhas. “Estou começando agora e não tenho muitas clientes ainda, mas já está dando para ajudar na renda da casa”, diz.

Priscila Ferreira da Silva Maluta, 28, fez o curso de pedreiro junto do marido. Ela revela que o casal está junto há 15 anos e sonham em ter a casa própria. “Nosso sonho é comprar o nosso terreno e nós mesmos fazermos a nossa casa”, afirma.

Ela estudou até o 5° ano do ensino fundamental e voltou a estudar para tentar realizar o sonho. O casal tem uma filha com deficiência, por isso Priscila só pode trabalhar alguns dias por semana como faxineira, pois precisa levar a filha fazer fisioterapia e aos médicos. “Fizemos o curso para o nosso sonho mesmo. O custo de pedreiro está muito caro e não podemos pagar por tudo, então resolvemos fazer o curso”, conta.

Benedita Elena Henrique, 70, afirma que os cursos a tiraram da depressão. Ela gosta de fazer todos os cursos de costura que a prefeitura oferece e ainda participa de cursos de artesanato no Centro Cultural Special Dog. Ela conta que, após a morte da mãe, que tinha Alzheimer, ela entrou em depressão. “Percebi que é a gente mesmo que tem que sair da depressão, não tem que esperar que alguém tire a gente. Quis ocupar minha cabeça e fazer o cérebro funcionar para evitar a mesma doença da minha mãe. Os cursos foram a minha salvação”, revela.

Além dos cursos Benedita tem outra história de superação. Quando sua neta, hoje com 20 anos, começou frequentar a escola ela sentiu dificuldade em ajudá-la nas lições. Vinda da área rural, ela não havia estudado. Então se matriculou em um curso de alfabetização para adultos e estudou até a 8ª série. “Eu aprendia na escola e depois ensinava minha neta. Hoje ela está fazendo faculdade. Até nos cursos de costura voltar para a escola me ajudou, pois precisa fazer conta para costurar”, relata.