< Voltar

Em 2018, Santa Cruz já perdeu 721 empregos formais

Publicada dia 30/08/2018 às 12:02:03

Thaís Balielo

em-2018-santa-cruz-ja-perdeu-721-empregos-formais


Apenas em 2018 o município de Santa Cruz do Rio Pardo já perdeu 721 empregos formais entre os meses de janeiro e maio segundo um levantamento encomendado pelo Atual e entregue pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). A baixa surpreende, porque em 2017, por exemplo, o resultado foi positivo, alcançando 819 novos empregos formalizados no município. Estes dados são feitos através do levantamento das demissões e admissões com carteira assinada no período.

Por segmentos, a cidade perdeu cinco vagas no setor de extrativa mineral; 60 na indústria de transformação; dois nos serviços industriais de utilidade pública e 777 nos setores de agropecuária, extração vegetal, caça e pesca. Alguns setores foram positivos, a construção civil, por exemplo, aumentou 26 empregos formais; no comércio, 1; nos serviços, 77 e na administração pública, 19.

O quadro reflete uma queda direta no setor agropecuário entre 2017 e 2018, já que no ano passado o Caged registrou o contrário neste ano, um número positivo de 870 novas contratações neste segmento. Para o secretário de Desenvolvimento Econômico e Turístico do município, a perca de empregos formais no segmento da agricultura ocorre no período chamado “entre safras”. “A colheita da laranja está retornando apenas neste mês de agosto, então é natural no período entre safras uma perca significativa de vagas, o que deve retornar normalmente aos poucos nos próximos meses”, disse Fernando Rampazzo.

O município que mais perdeu empregos formais da região neste ano até o momento é Santa Cruz do Rio Pardo, segundo o levantamento, Ourinhos perdeu apenas 13 empregos formais, já Ipaussu ganhou 267 vagas com carteira assinada, Bernardino de Campos registrou 37; Chavantes aumentou 61 vagas e Manduri, 97.

Desempregado a duas semanas, Wesley Luiz dos Santos Amado Sanches, 28, deu entrada no Seguro Desemprego e está sentindo na pele o efeito da queda nas oportunidades de emprego. Ele diz sentir que mesmo quem está empregado está sempre com medo de perder o emprego.

A doméstica Neia Menoni, 47, disse se sentir estável no emprego que possui há muitos anos, mas percebe o medo dos amigos de ficarem sem trabalho. Seu irmão está há tempos procurando um emprego formal, mas só consegue bicos.

O músico, João Anízio Santiago, 65, trabalha como cantor e acredita que só por isso ainda consegue serviço. “Sou autônomo, se fosse outro serviço seria difícil conseguir. A pessoa tem que ser qualificada para conseguir emprego. A situação do país não ajuda as pessoas a se qualificarem, a não ser que tenha dinheiro. As oportunidades são poucas”, lamenta.

O servente de pedreiro, Antônio Carlos da Silva, 60, procura emprego nas obras e pega o que aparece. Ele não trabalha com um pedreiro fixo, então não é sempre que consegue trabalho. Segundo ele, estava muito difícil conseguir trabalho, mas há alguns meses sentiu certa melhora.