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Mãe conta os desafios de viver com o filho no circo Mundo Mágico

Publicada dia 16/05/2018 às 13:14:43

Mayrilaine Garcia

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Ser mãe é dar amor, dedicação, atenção, carinho, disciplina e, resumindo todos os significados é redobrar a vida. E, ainda que essa palavra seja comum para todas as mães, há quem realize o sentido literal da palavra. Esta é a vida de Leandra Silva, artista circense que há sete anos além de se redobrar em suas acrobacias no picadeiro, também se dedica a cuidar do seu filho, Hector Felipe, 7.

A artista conta que a vida em circo é uma tradição familiar, e que, desde quando ela nasceu, acompanha seus pais em viagens para apresentações, vivendo praticamente, cada semana em uma cidade diferente, e isso, foi passado para o seu filho, como uma influência natural. “Eu comecei a me apresentar aos 14 anos, o que é tarde comparado às idades que normalmente crianças começam, que é o caso do Hector que hoje aos 7 já faz algumas apresentações”, relata.

Leandra relaciona sua rotina com a de todas as mães, pois cuida da casa, da família e do trabalho. Mas viver em circo aumenta um pouco estes desafios. “Desde a gravidez as dificuldades aparecem, primeiro eu tive que parar de trabalhar por um tempo, pois, minha gravidez foi difícil e precisava ficar em repouso. Além disso, sempre quis fazer um pré-natal com um médico apenas, mas a realidade foi que em cada cidade que eu estava, precisava consultar com um diferente, sem contar que para os exames sempre precisei optar pelo plano particular, pois precisava do resultado antes de ir embora da cidade”, lembra.

Ela considera que a gravidez foi o momento mais difícil, pois as outras dificuldades foram e são resolvidas normalmente, por ser acostumada a viver a rotina do circo. “Temos todos os costumes de qualquer pessoa aqui, mas confesso que às vezes fico pensando que queria uma casa própria, para que a vida de meu filho fosse mais tranquila, porém vejo que isso é coisa de mãe mesmo, pois nem ele reclama. Algumas vezes ficamos em uma cidade por mais tempo e ele já diz que quer ir para outra, pois já enjoou do lugar”, conta. 

A artista diz que, para o filho a vida circense nunca impediu de que ele crescesse como qualquer outra criança.  “Ele brinca o dia inteiro, assiste desenhos, e a gente se dedica em fazer algumas vontades dele, como levá-lo à sorveterias, cinema e shoppings que é algo que ele ama fazer”, menciona.

Segundo a mãe, Hector está começando a trabalhar no circo por opção própria e, às vezes, ela o aconselha a não se apresentar. “Por crescer no nosso ambiente de trabalho, ele sempre acompanhou os nossos ensaios, e com isso, surgiu a vontade de se apresentar como palhaço junto do pai e também participar do globo da morte. Mas acontece de ele estar pronto para entrar no palco e desistir, e nós não o obrigamos a ir contra sua vontade, pois deve partir dele e ainda é muito cedo para ter obrigações”, revela. Embora o menino goste e participe do circo, ele revela um sonho para o futuro. “Eu quero ser jogador de futebol”.

Para a mãe, o ponto mais preocupante ainda é o mais distante, que seria oferecer ao filho melhores condições de estudos, preferencialmente em uma escola só. “Eu queria ver ele estudando como qualquer outra criança, pois eu sei que por mais que ele vá às escolas em cada cidade, não é a mesma coisa que ir diariamente. Pensando nisso, eu dou aula para ele aqui, e ele adora, fala que eu sou a melhor professora. Me enche o coração de alegria ouvir isso, pois é um esforço meu para ele ”, se emociona.