Saúde dos olhos também deve ser preocupação da terceira idade
Comum entre as pessoas mais velhas, 14 milhões de brasileiros com 50 ou mais têm catarata – dados esses revelados através de uma pesquisa da Fundação Oswaldo Crus (Fiocruz). O levantamento identificou a doença como a quarta mais recorrente nessa faixa etária, ficando atrás apenas da hipertensão, problemas na coluna e colesterol alto.
Apesar de seu desenvolvimento ser mais comum por conta da idade, ela pode também congênita – presente o nascimento ou formada durante os primeiros meses do bebê; secundária – relacionado ao uso de medicamentos ou doenças; traumática – que se desenvolve após uma lesão no olho; de radiação – relacionada a algum procedimento ou tratamento envolvendo a radiação, como quimioterapia e radioterapia.
Segundo o oftalmologista Alexandre Marsola, ao ter catarata com o decorrer dos anos o cristalino, lente natural que temos nos olhos, vai se tornando amarelado e com isso começam a apresentar um embaçamento, sensação de fumaça ou de estar atrás de um vidro sujo. Alguns outros sintomas são a visão com brilho, onde se enxerga pontos brilhantes ou manchas escuras diante dos olhos, a forte sensibilidade á luz, e a dificuldade de realizar atividades diárias, como escrever e dirigir.
“O diagnóstico é feito através de exame oftalmológico simples, em uma consulta de rotina. Conforme a evolução da catarata se tende a aumentar a dureza do cristalino, aumentando as chances de complicações pelo aumento da dificuldade do procedimento cirúrgico, em alguns casos pode ocorrer aumento significativo da pressão intraocular”, explica o médico.
O tratamento da doença é cirúrgico, e de acordo com Alexandre é um procedimento indolor, rápido e sem necessidade de internação. O objetivo da cirurgia é substituir o cristalino por uma lente artificial que recupera a função perdida. Alguns fatores de risco mais comuns para se desenvolver a doença, além da idade, são doenças como diabetes, a exposição exagerada à luz sem proteção, tabagismo e histórico familiar.
Um relatório publicado pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), mostrou que na última década, o número de cirurgias de catarata dobrou no Brasil, sendo realizadas 601 mil procedimentos por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) em 2019 contra 302 mil em 2009.