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Cuidados com coração são enfatizados no Dia do Cardiologista

Publicada dia 17/08/2021 às 10:41:53

Pedro Figueira

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Thaís Balielo


No dia 14 de agosto é comemorado o Dia do Cardiologista. A data foi estabelecida pela SBC (Sociedade Brasileira de Cardiologia) em 2007, a fim de valorizar este profissional e relembrar a importância da saúde do coração. O cardiologista Miguel Raimundo enfatiza a importância de cuidar deste órgão tão importante com hábitos saudáveis e visitas periódicas ao cardiologista.

Miguel lembra que as doenças cardiovasculares sempre foram a maior causa de morte no Brasil e no mundo. Até 2020 a mortalidade ainda foi maior que Covid, este ano ainda não existem os dados completos para avaliar se continua sendo a doença que mais mata.

O médico lembra que doenças cardiovasculares não é apenas infarto, mas envolvem arritmias, insuficiência cardíaca, cardiopatias congênitas, e doenças reumáticas. Sobre os fatores de risco, ele cita o consumo exagerado de álcool que causa a inflamação da camada íntima arterial, aumentando a pressão. A obesidade, porque quando há obesidade existem células inflamatórias maiores no corpo e isso gera um risco cardiovascular maior por doenças cardio-embólicas.

O sedentarismo também é um fator de risco, pois não circula o sangue corretamente e favorece o não metabolismo da glicose, favorece o aumento da resistência à insulina, e o depósito de gordura nas artérias. Além destes, o estresse, hipertensão, diabetes, tabagismo, são fatores clássicos de risco.

Outra questão é a síndrome metabólica. “São aqueles indivíduos com barriga, colesterol alto, pressão alta. Eles serão os futuros cardíacos, pois fazem o coração sobre uma pressão maior. Todo motor que trabalhe em alto giro funde mais rápido”, exemplifica.

Miguel revela que as maiores queixas no consultório são divididas entre hipertensos e sintomas de ansiedade. Os sintomas de ansiedade são inúmeros como palpitações sem ter arritmia mostrada em exames, formigamento de dedos, falsa falta de ar. Já nas consultas do setor público, Miguel revela que surgem mais casos de doenças cardiovasculares graves. “Está muito ligado à qualidade da alimentação. Pessoas de baixa renda têm menos acesso a proteína de boa qualidade, legumes, vegetais e frutas. Basicamente se alimentam de carboidrato que é o mais barato do prato. O carboidrato tem um potencial inflamatório muito grande”, argumenta.

O cardiologista reclama da falta de politicas públicas mais efetivas para ajudar na prevenção de doenças. “É preciso políticas públicas de abandono do álcool e tabagismo, lapidar o paladar das crianças na alimentação escolar para abandonar os alimentos mais gordurosos, ricos em sódio. A Sociedade Brasileira de Cardiologia trabalha para que haja políticas no sentido de aumentar impostos nos alimentos pouco saudáveis, tabaco e álcool, mas isso anda esbarra em muitos interesses”, lamenta.