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Cigarro Tradicional ou Eletrônico: duelo de danos à saúde

Publicada dia 01/11/2024 às 12:53:21

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Romano Paschoarelli


O debate sobre os malefícios do cigarro tradicional e do cigarro eletrônico tem ganhado força à medida que o uso de dispositivos eletrônicos ou “vapes”, aumenta entre os brasileiros, especialmente os jovens. Dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) apontam uma redução no consumo do cigarro convencional no Brasil nos últimos anos, reflexo de campanhas e políticas públicas. No entanto, o cigarro eletrônico tem tomado o lugar desse hábito, trazendo novos riscos à saúde.

Em entrevista para o Atual, o pediatra e pneumologista Dr. Glauber César Cardin cita que o  cigarro eletrônico pode ser ainda mais prejudicial à saúde que o cigarro tradicional: "O cigarro eletrônico possui substâncias em muito maior quantidade, como o caso da nicotina", destaca o especialista. Ele explica que, diferentemente do cigarro convencional, os vapers possuem maior concentração de nicotina líquida, o que facilita a ingestão de doses elevadas e aumenta a dependência.

Segundo o Ministério da Saúde, o uso de cigarro convencional caiu para cerca de 9,2% da população adulta em 2021. Em contrapartida, o uso de cigarros eletrônicos vem crescendo, já que o uso desses dispositivos dobrou nos últimos cinco anos no Brasil. Esses produtos são muitas vezes vistos como "alternativas seguras" ou "menos nocivas".

Entretanto, essa percepção está longe de ser verdadeira: "O cigarro eletrônico tem alguns riscos ocultos que acabam até sendo maiores que o cigarro tradicional. Além das doenças como câncer, infarto, enfisema pulmonar, você tende a ter uma dependência muito maior do que o cigarro tradicional", alerta o pneumologista.

A facilidade com que se consome os vapes em qualquer lugar, por não emitirem o cheiro característico do cigarro, colabora para o aumento do uso, e, consequentemente, para a dependência mais rápida. Além dos riscos conhecidos, como doenças respiratórias graves e cardiovasculares, os cigarros eletrônicos apresentam um agravante: o desconhecimento a longo prazo dos efeitos das substâncias inaladas.

Para aqueles que desejam abandonar o cigarro, seja ele eletrônico ou tradicional, Glauber Cardin recomenda mudanças de hábitos. "Praticar atividades físicas, evitar gatilhos que levam a pessoa a fumar, meditar e buscar terapia é essencial para quem quer parar de consumir qualquer tipo de cigarro", afirma o médico.