Acne felina pode levar a infecções em gatos de pelagem mais densa
Carol Leme

Um inimigo silencioso pode estar se hospedando em seu gato de estimação. Trata-se de ácaros que acabam se alojando em seus folículos pilosos que acumulam sebo, principalmente na área do queixo e lábios. Segundo a médica veterinária Rafaela Mello Zilio, os gatos, apesar de se limparem o tempo todo, têm dificuldades em alcançar esta área, uma vez que precisam lamber as patas para passar a saliva nestes locais, e, com a pelagem longa, que pode ocorrer em animais de algumas raças específicas, fica ainda mais complicado alcançar a pele por baixo dos pelos. “Esta área também encosta muito nos comedouros, estimulando essas glândulas a produzirem mais seborreia. Gatos que não são castrados também podem apresentar acne por motivos hormonais, assim como os seres humanos”, esclarece. Nestes casos, a castração pode diminuir a incidência da acne e possíveis inflamações. “No entanto, o animal que tem tendência à acne, costuma tê-la recorrentemente, pode desaparecer até por anos e voltar depois.
Rafaela explica que os Persas, Angorás e British Shorthair são as raças que mais são atingidas pela acne devido aos pelos densos e em excesso, por isso, os donos devem manter a higiene no local para evitar o acúmulo dos cravos. “Eles vivem bem com acne, mas quando juntam muitos cravos, os gatos começam a coçar, causando ferimentos. Aí o folículo acaba inflamando, pois as bactérias das unhas vão se alojando e até mesmo fungos, trazendo mau cheiro, crostas, vermelhidão, uma ferida bem infecciosa”, detalha.
O tratamento é realizado com a limpeza local, raspando os pelos da área atingida para circulação de oxigênio, soluções manipuladas adstringentes e para remover oleosidade das glândulas sebáceas, antibióticos orais, antifúngicos se for o caso, anti-inflamatórios tópicos para cessar as coceiras, entre outras. “A resposta é rápida, apesar de assustar o proprietário, e depois basta deixar limpo e passar o xampu uma vez por semana”, completa.
Para os gatos mais peludos a veterinária indica que mantenha-se a área do queixo sempre limpa, retirando o excesso de ração acumulada após as refeições, além da escolha de potes de refeição de alumínio ou inox, que não apresentam aderências para instalação de bactérias. “Os potes de plástico possuem porosidades e juntam comedões, bactérias e fungos, então não recomendo”, finaliza.