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Abusos nas festas podem gerar riscos para a gravidez

Publicada dia 29/12/2020 às 13:42:18

Thaís Balielo

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Thaís Balielo


Pernil, peru, frango assado, farofa, salada de maionese, feijão tropeiro, salpicão de frango e de sobremesa pudim de leite condensado e rabanada. A tudo isto junte-se refrigerante, vinho, cerveja ou um espumante qualquer, e o resultado serão alguns quilos a mais na balança. Porém o problema passa a ser ainda maior quando a pessoa é gestante e aproveita esta época de festas para extrapolar um pouco.

O ginecologista Lucas Tosi alerta que as gestantes devem ficar atentas à ingestão de bebida alcóolica e ao abuso alimentar que costuma acontecer nesta época do ano. Ele lembra que a ingestão exagerada de alimentos de baixa qualidade associado ao consumo excessivo de bebida alcoólica pode trazer diversos transtornos para qualquer um, sobretudo para as pessoas com comorbidades pré-existentes e para gestantes.

O álcool atravessa a placenta e pode chegar ao feto, cujo organismo ainda está em formação e não consegue metabolizar essa substância. Como consequência, podemos ter prejuízo no seu desenvolvimento, conhecido como Síndrome Alcoólica Fetal (S.A.F.). As alterações mais frequentes são anormalidades faciais, hiperatividade, dificuldade de aprendizado, linguagem e memorização, problemas comportamentais e complicações em outros órgãos.

“Até o momento, não há conhecimento de níveis seguros de álcool durante a gestação e, dessa forma, mesmo aquela ‘cervejinha sem álcool’ ou a ‘tacinha de vinho’ devem ser proibidas, pois estão relacionadas a aborto espontâneo, prematuridade, baixo peso ao nascer e asfixia neonatal”, alerta Tosi.

Já o abuso na alimentação pode contribuir negativamente no ganho de peso e favorecer o aparecimento do diabetes e hipertensão gestacional, bem como agravar quadros já instalados. “Nesses casos, as complicações podem ser catastróficas para mãe e feto. Ainda, vale lembrar que a lentidão natural durante o processo digestivo gerada pela progesterona pode piorar, ocasionando desconfortos abdominais e hemorroidas”, diz.

O médico argumenta que é de extrema importância a realização de um bom pré-natal, seguindo as orientações do obstetra de confiança e sempre tirando as dúvidas. “Deste modo, a gestação e parto podem ser vivenciados de forma segura e memorável”, garante.