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Seletividade alimentar infantil exige atenção e estratégias

Publicada dia 24/06/2025 às 17:21:45

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Recusar alimentos pode ser mais do que uma fase. Conhecida como seletividade alimentar, essa condição se caracteriza por recusa, pouco apetite e desinteresse por comida. Segundo a nutricionista infantil Michele Dierka, as causas podem incluir sensibilidade sensorial (cheiro, cor ou textura), questões gastrointestinais (como alergias e questões intestinais), deficiências nutricionais, dificuldades para mastigar ou engolir, experiências negativas ou fatores comportamentais.

Michele explica que, embora crianças entre 2 e 5 anos passarem por fases de recusa alimentar, é importante observar se o comportamento persiste. “Quando a recusa é persistente, limita a alimentação e começa a afetar o crescimento, o comportamento ou a rotina familiar, ela deixa de ser considerada uma fase e deve ser investigada”, afirma.

Entre os sinais de alerta estão a aceitação de menos de 20 alimentos, recusa de grupos inteiros, como frutas ou legumes, reações como ânsia ou vômito ao experimentar novos alimentos e rigidez com marcas ou formas de preparo.

Para lidar com a seletividade, Michele orienta que os pais evitem pressão. “Frases como ‘você tem que comer’ devem ser evitadas”, diz. Segundo ela, é fundamental repetir a oferta de alimentos recusados em porções pequenas, de forma leve e frequente, elogiando pequenos avanços. “Algumas crianças precisam de até 50 exposições ao mesmo alimento para aceitar provar ou comer”.

Outras estratégias incluem envolver a criança no preparo, usar brincadeiras, variar a apresentação dos alimentos e manter a atenção longe de telas durante a refeição. Comer junto também é essencial. “Um exemplo positivo é fundamental”, reforça.

A nutricionista destaca que a ajuda profissional deve ser procurada quando o quadro ultrapassa 30 dias ou afeta o bem-estar e convivência da criança e da família. “Meu papel é dar apoio à família, investigar as causas e avaliar possíveis deficiências nutricionais, ajustando a alimentação com base na aceitação da criança e trazendo estratégias para inserir novos alimentos na rotina. Mais do que simplesmente “fazer comer”, o objetivo é dar condições para que a criança possa se sentir segura, acolhida e tenha autonomia na sua alimentação”, explica Michele.

Serviço

Michele atende na Clínica Integrar, em Santa Cruz do Rio Pardo (Av. Tiradentes, 1975). O contato pode ser feito pelos telefones (14) 99737-3777 (clínica) ou (14) 98166-9394 (nutricionista), e pelas redes sociais no perfil @NutricionistaMicheleDierka.