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Medo do coronavírus esvaziou Banco de Sangue

Publicada dia 05/02/2021 às 10:46:43

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Thaís Balielo


O Banco de Sangue de Ourinhos abastece os hospitais da região e vem sofrendo com o desabastecimento. Desde o início da pandemia, o número de doadores caiu muito devido ao medo de contaminação da Covid-19. Além da queda na coleta, a necessidade de sangue pelos hospitais aumentou, pois além da demanda normal, muitos pacientes com covid necessitam de sangue quando o quadro está agravado.

A gerente de enfermagem do Banco de Sangue, Adriana Aparecida Gasparoto, explicou que todos os protocolos são seguidos durante a coleta para evitar aglomeração e o contagio pela doença e que não é preciso temer. “Principalmente no início da quarentena a doação caiu muito, mas o medo ainda persiste e continuamos com o estoque baixo”, diz.

Na última segunda-feira, uma campanha de doação de sangue para ajudar uma santa-cruzense internada com covid chegou lotar a agenda de doações, mas o estoque segue precisando de doadores constantes. “A demanda de sangue não aumentou pela Covid-19 em si, mas continua devido aos pacientes que já faziam uso em muitas situações. A covid chegou, os doadores diminuíram, mas a demanda de transfusões continua para casos de anemias, cirurgias, pacientes renais crônicos, pacientes oncológicos, prematuros e agora complicações de covid também”, diz Adriana.

A gerente de enfermagem explicou que o sangue total doado é fracionado em hemácias, plaquetas e plasma. “Cada hemocomponente tem um prazo de validade e armazenamento específico. Lembrando q o sangue é um tecido líquido doado e que precisa ser conservado para manter sua função. As hemácias tem validade de 35 dias, plaquetas cinco dias e plasma um ano”, diz.

O banco de sangue de Ourinhos necessita de 500 bolsas coletadas ao mês para manter o estoque e atendimento aos hospitais de Ourinhos e de toda região que inclui Santa Cruz do Rio Pardo, Palmital, Chavantes, Ipaussu, Salto Grande, Bernardino de Campos, e Assis.

Após receber vacinas as pessoas ficam impedidas de doar sangue por um período. Portanto pode haver nova queda das doações caso haja um grande número de vacinados. Adriana explicou que cada vacina tem um tempo específico dependendo de sua composição. “Por isso é importante informar na triagem clínica quando questionado se recebeu alguma vacina e qual para podermos avaliar tempo. Estes podem variar de 48 horas a 30 dias de inaptidão. No caso da vacina contra a covid, a Coronavac tem um prazo de 48 horas e a da Astrazenica de 30 dias para poder doar sangue”, revela.

Sobre quais os impedimentos para doar sangue, Adriana explicou que são vários baseados nos critérios do Ministério da Saúde, em tudo que envolve a segurança ao doador e receptor. “É avaliado individualmente no dia da doação através da triagem clínica realizada por um profissional da saúde capacitado para isso. Resumindo para doar sangue o indivíduo deverá estar saudável, sem tratamento de saúde, e com bons hábitos de comportamento”, conclui.

Atualização 14h33

Para a vacina da Astrazeneca estava sendo estipulado um tempo de 30 dias de inaptidão para doação de sangue, mas novos estudos modificaram este tempo para sete dias. Agora quem for vacinado com o imunizante da Astrazeneca deve esperar sete dias para doar sangue. Já quem receber a dose da vacina Coronavac continua tendo que esperar 48 horas para doar sangue.