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Uma alcateia em meios à terras-santacruzenses

Publicada dia 18/06/2024 às 12:18:55

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Renan Alves


Em meio a um fim de semana frio com temperaturas abaixo de 10ºC nas madrugadas santa-cruzenses, um grupo explorava em meio à natureza as relíquias do interior. Era o Grupo Escoteiro Guia Lopes 39, naturais da capital de São Paulo, desbravando nossas terras.

O Movimento Escoteiro foi criado, por essência, para ser um movimento voltado para o jovem, e também feito por eles, com o auxílio de adultos voluntários. Se chama movimento por estar sempre em constante transformação, acompanhando as mudanças da geração, mas sem perder seu propósito educacional.

Por meio de atividades variadas e atraentes, o escotismo incentiva os jovens a assumirem seu próprio desenvolvimento. Por meio da vivência nas Unidades Escoteiras Locais, os jovens aprendem e tomam gosto por se envolverem com a comunidade, se transformando em verdadeiros líderes. Por meio da proatividade e da preocupação com o próximo e com o meio ambiente, os jovens são engajados em construir um mundo melhor, mais justo e mais fraterno.

Mais de 60 escoteiros aterrissaram em Santa Cruz na quinta-feira, 30, para viver a experiência, o grupo já fazia esse roteiro há pelo menos 20 anos, mas com a pandemia, a viagem para Santa Cruz só retornou este ano. A cidade foi escolhida porque um dos filhos da propriedade que abrigou o grupo já foi escoteiro na década de 90.

Para o chefe Johnny, aproveitar as propriedades da natureza é o essencial. “Aqui a gente usa o eucalipto, os galhos, é um momento muito esperado por todos”, afirma o presidente do grupo que este ano comemora 70 anos de existência.

O grupo é dividido por quatro ramos com participantes de 6,5 a 21 anos. “Cada grupo tem um chefe responsável e eles praticam atividades de acordo com as regras. Os pequenos, por exemplo, são responsáveis por descobrir, entender a vida em sociedade. Já os sêniores vão para a aventura e os pioneiros a questão do servir e do cidadão. O aprender fazendo é nosso lema”, comenta o chefe Diego.

Entre os 6,5 e os 11 anos incompletos, são conhecidos como lobinhos. Aprendem sobre a vida em meio à natureza, a viver em grupo e desenvolvem liderança. Entre os 11 e 15 anos incompletos, fazem parte do Ramo Escoteiro – são patrulhas de 5 a 8 jovens, de meninos e meninas, que juntas formam uma tropa. Aqui, além de trabalhar em equipe e entender a importância de respeitar a natureza, aprendem diversas coisas que os deixam mais confiantes e decididos. O Ramo Sênior é formado por jovens com idades entre 15 e 18 anos incompletos, e incentiva a superar os próprios desafios! Já se conhecem melhor, aceitam as características e as diferenças de um jeito mais simples, e estão entendendo melhor a própria personalidade. A partir dos 18 anos, e até os 21 incompletos, integram o Ramo Pioneiro. A equipe forma o clã, e é onde apoiam e descobrem interesses em comum. Levando a sério o lema “servir”, já que vivem uma aventura que não é mais simbólica ou imaginária, porque experimentam o papel real do adulto por meio do serviço e das atividades de desenvolvimento comunitário.

Os grupos também são responsáveis por trazer e fazer sua própria comida, com supervisão dos “chefes” de cada grupo. “Eles têm a autonomia de ir ao supermercado, recolher dinheiro, fazer o rateio, entender o que precisa trazer para um lugar como este. Se esquecer do tempero, come assim mesmo”, brincam os chefes.

Para os pais interessados em colocar seus filhos em grupos de escoteiros, os chefes orientam que procurem pelo site www.escoteiros.org.br, quais os grupos existentes nas cidades da região. “Nos adultos acompanhamos os jovens para formas eles como cidadãos exemplares para o futuro”, finaliza Johnny.