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Superlotação em agência do Banco do Brasil gera revolta

Publicada dia 08/03/2017 às 11:12:41

Mariana Pires

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Só quem já esteve em uma fila de banco sabe o transtorno que pode ser ficar longos minutos a espera de atendimento, muitas vezes solicitado apenas para a realização de uma simples tarefa, como um depósito ou um saldo.

Depois que a agência do Banco do Brasil da avenida Tiradentes fechou as portas, todos os correntistas que possuíam contas na mesma migraram para a agência 0218-6, também do Banco do Brasil, localizada na Rua Benjamin Constant, 49. Graças a isso, o que poderia ser uma tarefa corriqueira no dia a dia do santacruzense, virou pesadelo.

Desde cedo, na terça-feira, 07, a agência do Banco do Brasil se encontrava caótica: filas que saiam para a calçada, caixas eletrônicos quebrados, poucos funcionários e um calor de matar. A combinação de todos esses fatores culminou na revolta de muitas das pessoas que se encontravam ali.

Uma cliente, que preferiu não se identificar, reclamou da demora e dos prejuízos que a superlotação estava causando. “A zona azul, por exemplo, tem prazo uma hora apenas. Quem passar mais que isso aqui na fila ainda corre o risco de levar uma multa”. A mesma mulher estava há pelo menos meia-hora na fila do caixa eletrônico para checar o extrato.

Eliseu Marques, 38, conta que já havia passado na agência pela manhã, mas a situação era ainda pior. “A fila estava saindo para fora do banco. Como eu trabalho e não posso faltar do serviço, pensei em vir agora de tarde, mas faz 50 minutos que estou aqui”, se queixa. Eliseu não é cliente da agência e estava ali para checar a conta da sua mãe. “Eu não sou cadastrado, e tem só um caixa eletrônico que não é biométrico, os outros estão todos quebrados”.

Valdir de Carvalho, 42, estava há pelo menos uma hora na fila para fazer um saque. “Todo dia que você vem aqui e encontra esse absurdo. Tem no máximo três caixas pra todo esse tumulto de gente. Quando funciona uma coisa, não funciona outra”, se revolta. “Vou acabar perdendo meio dia de serviço aqui”, lamenta.

Cláudio Buzolin, 44, pretendia ir ao banco para retirar a conta da sua empresa, graças aos transtornos que vinha passando. “Não tem condições de ir ao banco mais. Você tem que ir às dez da manhã para sair de lá às três da tarde. Juntaram as duas agências, mas não fizeram as modernizações necessárias para receber todo o contingente de clientes e funcionários que foram transferidos”, aponta.  

Pelas regras da agência, os funcionários não podem conceder entrevistas, mas cederam o endereço de email da assessoria de comunicação do Banco do Brasil. A assessoria em questão não respondeu a tentativa de contato da nossa repórter até o fechamento da edição de ontem, dia 07.

De acordo com a nova lei municipal, que deve entrar em vigor a partir do dia 25 de abril, a multa por demora em filas de banco vai aumentar. Agora, a agência em que o consumidor passar mais de 20 minutos na fila em dias normais, ou mais de 30 minutos em dias anteriores e subsequentes a feriados prolongados e nos dias de pagamento do servidor público, aposentados e pensionistas, receberá uma multa equivalente a R$ 4.864,50. Além disso, os bancos possuem 60 dias, contados a partir do dia 25 de fevereiro, para afixar em local visível informações sobre a lei, sobre os prazos de atendimento e o número telefônico do setor de fiscalização da prefeitura. O projeto ainda prevê que fiscais podem passar pelos bancos de forma rotineira, sem que haja nenhuma denúncia.

A nossa reportagem entrou em contato com o Secretário de Comunicação da prefeitura, com a intenção de falar com o responsável pelo setor de fiscalização. De acordo com o secretário, o cliente que se sentir prejudicado pela agência deve procurar o chefe do setor de fiscalização e registrar sua queixa. No entanto, não foi possível o contato direto com o responsável pelo setor em questão, já que o secretário não retornou o contato com a reportagem até o fechamento desta matéria.