Mudança de comportamento exige consciência e persistência

Mudar um comportamento ou hábito pode ser um desafio mesmo quando a pessoa reconhece que ele faz mal. O psicólogo Pedro Henrique da Silva Perin explica que, ao longo da vida, criamos padrões de comportamento baseados no ambiente em que vivemos. “Todo comportamento somente é mantido porque existe algo que o reforce. É muito comum reproduzirmos comportamentos aprendidos na nossa história de vida, sem nos darmos conta se é um comportamento que nos faz bem ou não e, geralmente, somente a partir de sintomas emocionais que começamos a ficar mais conscientes que precisamos de fato mudar”, afirma.
Segundo ele, a dificuldade está associada a anos de aprendizagem e reprodução. “Primeiramente, precisamos de fato entender o porquê queremos a mudança. E depois começarmos aos poucos até atingirmos o comportamento que desejamos ter”, orienta.
Pedro também aponta fatores emocionais que dificultam o processo, como o medo do desconhecido, a baixa autoestima e a falta de autoconfiança. “Mudar implica sair da zona de conforto, o que pode gerar insegurança e ansiedade, mesmo que a situação atual seja prejudicial”, explica. Ele alerta que a culpa por recaídas pode atrapalhar. “Quando a pessoa recai, ela se sente culpada de forma intensa e autocrítica, tendo pensamentos como ‘eu nunca vou conseguir’, ‘já estraguei tudo, então tanto faz’ ou ‘não tenho mais motivação para fazer isso’, podendo reforçar o indivíduo a não querer mais mudar o comportamento e levar ao abandono total da tentativa de mudança”, completa.
Para uma mudança real, Pedro destaca a importância de ter consciência e clareza sobre o que se deseja mudar, traçar metas específicas e realistas, e agir de forma constante. “O cérebro humano aprende por repetição: quanto mais vezes você realiza uma ação, maior a probabilidade de ela se tornar um hábito. A constância, por sua vez, é o que mantém esse processo ativo e eficaz mesmo nos dias em que a motivação está baixa”, afirma.
A assertividade também é uma ferramenta importante no processo. “Ser assertivo significa expressar pensamentos, sentimentos, necessidades e limites de forma honesta, sem agredir nem se submeter”, explica. Para ele, a assertividade ajuda a manter novos hábitos ao permitir que a pessoa se posicione de forma clara e respeitosa.
No acompanhamento terapêutico, Pedro utiliza estratégias como a reestruturação cognitiva, técnicas de autorregulação emocional, exposição a novas formas de agir e psicoeducação. Ele destaca que o tempo para perceber mudanças varia. “Depende da profundidade do padrão, do nível de consciência do paciente, da frequência das sessões e do comprometimento com o processo”, afirma.
Serviço
Pedro Henrique da Silva Perin atende atualmente na modalidade online. Contato pelo Instagram @pedrohsperindemaria ou @psi.pedroperin e pelo telefone (14) 98148-0152.