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Santa Cruz se despede de seu ex-prefeito, Manezinho

Publicada dia 03/05/2023 às 11:30:55

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Giovana Dal Posso


Na madrugada do dia 21 de abril, Santa Cruz do Rio Pardo deu seu adeus a um velho conhecido da cidade, o ex-prefeito o Manoel Carlos Manezinho faleceu aos 77 anos. Desde 1982 na política, ele ocupou a cadeira mais alta na Prefeitura de 1993 a 1996, e na Câmara dos Vereadores, quando se tornou o vereador mais votado nas eleições de 2004. O Manezinho, político, era conhecido por todos. Na matéria de hoje, porém, a história é do Manoel, pai e avô.

Karina conta que seu apelido, Manezinho, que até incorporado ao seu nome foi, veio por causa do pai, Manoel Pereira de Castro. Quando criança, Manezinho era carinhosamente chamado pela família e amigos próximos de Neco, mas conforme foi crescendo começaram a chamá-lo pelo mesmo apelido do pai “Mané Capitão”. Logo, Manoel filho virou "Manezinho Capitão” - ‘inho’ porque era filho, mas se inspirava nos passos do pai.

Karina conta que como pai e avô, ele sempre foi uma pessoa que ensinou princípios e valores, mas não deixava de ser uma pessoa brincalhona e alegre, que gostava de conversar com todos. “Ser avô para ele foi a melhor coisa que houve. Ele amava”, relata. “Ele era aquela pessoa que se alguém ligasse, ele sempre atendia. Ele sempre estava pronto para o que precisasse resolver”. Maneco era o avô mais presente que seus netos poderiam ter, um avô carinhoso que adorava fazer festa com as crianças. 

Com seu pai, ela conta que aprendeu uma lição de vida para sua vida: ter persistência e fé. “A persistência, porque é através dela que vou chegar onde desejo, e meu pai tinha persistência e resiliência. Ele sabia esperar o momento, ele sabia o que ele queria e onde ele queria chegar”, conta. “Meu pai sempre foi muito sonhador, ele fazia um plano aqui, outro ali. Ele foi uma pessoa que só via o bem, nunca foi uma pessoa de guardar mágoas e nem rancor de ninguém. Ele sempre falava ‘a vida é mais do que isso’, muito mais do que guardar rancor”. 

Para Manezinho, não havia problemas difíceis - sua fé o amparava sempre. Para a filha, dizia que Deus nunca o havia desamparado, e que não seria em um momento de dificuldade que isso aconteceria. Se não houvesse uma solução naquele momento, tudo bem. Ele dormiria, descansaria e no dia seguinte, Ele iria encaminhar as coisas. “Tem coisas que não é pra você, tem coisas que é para Deus fazer por você. Você precisa descansar seu coração e acreditar que aquele que prometeu a você é fiel para cumprir” - essas as palavras que Neco sempre usava para confortar a filha.

E histórias são o que não faltam. Karina conta que ano passado, durante dois meses, ele e sua neta Heloisa ensaiaram para dançarem juntos no grande dia da festa de 15 anos da menina. “A música escolhida era ‘Como é grande o meu amor por você’, a canção do Roberto Carlos que meu pai mais amava. Ele dançou essa música, fez tudo certinho e foi cantando para ela. Foi a coisa mais linda, todos choraram e se emocionaram, porque foi um momento único”, conta. 

Neta e avô sempre brincavam também de escolinha, juntos. Mas, ao contrário do que se pensa, o aluno lá era Maneco. “Ele sempre brincou com ela, que ela era a professora dele, ele estava lá para aprender com ela. Então ela passava a lição de casa, dava bronca e colocava ele de castigo. Meu pai e as bonecas eram os alunos, e ele amava isso, chegava em casa e já ia brincar de escolinha”, finaliza Karina.