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Parceria entre mãe e mercado garante vaga para pessoas com autismo em Santa Cruz

Publicada dia 15/05/2023 às 13:50:24

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Giovana Dal Posso


Mariana de Azevedo é mãe da Sophia, que com quase três anos, já faz parte da estatística dos dois milhões de brasileiros que possuem o Transtorno do Espectro Autista. Por conta da idade, a criança ainda tem dificuldade em responder comandos e principalmente entender o ‘não’, por isso, Mariana opta por sempre por parar seu carro nas vagas preferenciais, que costumam ter uma localização próxima a entrada dos estabelecimentos, e deixar Sophia no carro com seu irmão mais velho ou com outro parente. A medida garante que a mãe consiga realizar as tarefas de forma rápida e prática, e que a filha fique em um ambiente mais calmo e controlado, evitando possíveis crises causadas por estresse. 

Recentemente, ela foi até o Supermercado Avenida, mas as vagas preferenciais para pessoas com deficiência já estavam todas ocupadas. Como ela já havia visto em outras cidades estabelecimentos que ofereciam vagas demarcadas em estacionamentos para autistas, Mariana decidiu conversar com o gerente do mercado, dando a ideia e perguntando se o mesmo poderia ocorrer ali também. O mesmo, na hora já se prontificou a implementar no mercado essa vaga, e com uma ligação, a implementação realmente aconteceu.

Mariana conta que a vida de uma mãe atípica muitas vezes não é fácil, e que já sofreu muitas represálias por lutar pelo seu direito e o de sua filha, mas que as vitórias devem ser comemoradas. "Pode ser que outras mães também tenham se beneficiado com a vaga pelo mesmo motivo que eu, ou até mesmo por seus próprios motivos, mas essas vagas de fácil acesso preferenciais fazem muita diferença para nós”.

Em entrevista, um dos problemas mais frequentes é a falta de respeito das pessoas com tais vagas preferenciais, já que muitas estacionam no lugar sem qualquer tipo de identificação. “É muito complicada a fiscalização, os próprios estabelecimentos poderiam fazer uma orientação quando vê alguém tomar uma atitude de estacionar de forma indevida nessas vagas”, relata. “Precisa de fiscalização mais rígida para que isso não prejudique os que precisam, e cada um respeite a sua vaga. Infelizmente tem muita falta de respeito ainda relacionada a isso”. 

Fazem quatro anos que Silvio Batista, gerente do Supermercado Avenida que atendeu Mariana, chegou a Santa Cruz do Rio Pardo. Vindo de Tupã, ele conta que lá esse tipo de vaga já existia, e quando a mãe de Sophia chegou até ele, sua primeira reação foi ligar para a matriz e tentar atender a demanda. “Não achei justo só separar uma das vagas preferenciais que temos e transformá-la em uma preferencial para pessoas autistas, por isso resolvemos criar uma nova e adicioná-la ao nosso quadro de vagas preferenciais”, conta. “Gosto muito de ouvir as necessidades dos clientes e procurar a melhor solução para elas”.

Por fim, Mariana reitera que continuará lutando por mais implementações como essa na cidade. “Já pedi também em outros estabelecimentos que houvesse uma vaga dessa, mas até agora nenhum deles havia feito. Espero que essa vaga seja o começo de muitas que virão ".