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Incluir tipo sanguíneo no documento é direito no Estado de São Paulo

Publicada dia 07/01/2020 às 10:23:22

Thaís Balielo

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Estampar o tipo sanguíneo no capacete da moto, em uma pulseira de identificação, na roupa do ciclista ou na bicicleta, é prática entre muitos que estão em situação de risco de acidente. Para proporcionar uma informação confiável, desde 2016 o Governo do Estado de São Paulo incluiu a opção da informação do tipo sanguíneo no RG (Registro Geral).

Na época, o governador garantiu que a novidade poderia salvar muitas vidas, pois em caso de precisar receber sangue com urgência a informação pularia etapas. Porém, quem trabalha na área de transfusão afirma que a informação é irrelevante, pois são precisos mais testes de compatibilidades antes de uma transfusão.

Proprietário de um laboratório de análises clínicas, Paulo Santos explicou que a maioria das pessoas que realizam o teste da tipagem fazem por conta de gravidez ou apenas para ter conhecimento do seu tipo sanguíneo. Para incluir a informação no documento de identidade o interessado precisa apresentar original e cópia do laudo do laboratório com data de até dez anos, informando o tipo sanguíneo e o fator RH. A inclusão é feita em qualquer unidade do Poupa Tempo.

Paulo explicou que o exame é rápido, simples e o resultado sai no mesmo dia. Ele contou que os alunos de um cursinho pré-vestibular chegaram a ter uma aula prática sobre tipagem sanguínea há alguns meses com a ajuda dos equipamentos do seu laboratório. A professora de biologia Ana Lígia e o hematologista Márcio José dos Santos, fizeram os exames juntamente com os alunos para descobrirem a tipagem sanguínea do coordenador do curso.

Técnica em enfermagem na Santa Casa de Santa Cruz, Silvana de Fátima Ferreira Faria, acredita que seja interessante ter o tipo sanguíneo no documento, mas que na realidade não agiliza a transfusão em caso de emergência. “Mesmo tendo a tipagem temos que fazer novos exames antes de liberar uma transfusão, são normas do Banco de Sangue”, diz.

Em caso de extrema urgência que não dá tempo de fazer o exame é usado a bolsa de sangue O–, que é um doador universal. “Não é só o tipo sanguíneo que libera um paciente a receber uma transfusão. Existem outros testes envolvidos antes de liberar uma bolsa para transfusão. É necessário a detecção de anticorpos irregulares e a detecção de auto anticorpos também”, explica.