< Voltar

Depoimentos da CPI revelam falhas e inconsistências em contrato da Codesan

Publicada dia 28/10/2025 às 20:36:37

depoimentos-da-cpi-revelam-falhas-e-inconsistencias-em-contrato-da-codesan


A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada na Câmara Municipal de Santa Cruz do Rio Pardo para investigar possíveis irregularidades em contratos da Companhia de Desenvolvimento Santacruzense (Codesan) ouviu, nas últimas semanas, servidores e ex-diretores da autarquia. A investigação analisa o contrato firmado em dezembro de 2023 com a empresa Diamante Service, de Novo Horizonte (SP), que previa a locação de maquinário pesado para coleta de inservíveis, massa verde e manutenção urbana. O valor total do contrato foi de R$ 1,9 milhão, mas os pagamentos somaram R$ 2,38 milhões.

Durante a oitiva, o vereador Marcos Antônio Marcolino, o Marquinhos de Caporanga (PP), autor do requerimento que originou a CPI, afirmou que os dados recebidos da Codesan chamaram atenção pelo volume de horas registradas. “Foram consumidas 8 mil horas em seis meses. É como se as máquinas trabalhassem 24 horas por dia”, disse. Segundo o parlamentar, as informações levantadas não condiziam com a realidade dos serviços executados.

O atual presidente da Codesan, Franco Ferraz de Oliveira, relatou que o contrato incluía locação de equipamentos que a própria autarquia já possuía. “Boa parte das máquinas a Codesan tinha, como motoniveladora e retroescavadeira. Achei esquisito”, afirmou. Franco também declarou que a documentação apresentada à CPI não continha relatórios detalhados ou registros fotográficos que comprovassem a execução dos serviços. “Os relatórios eram genéricos, sem assinatura e sem indicação de local. Foto, nenhuma”, disse.

O ex-diretor administrativo e financeiro Alexandre Pimentel confirmou que a nova gestão identificou inconsistências nos contratos ao responder requerimentos da Câmara. “Nós não recebemos documentos na transição. Quando vimos a licitação, percebemos valores e quantidades de máquinas fora da normalidade. Alguns pagamentos foram feitos apenas com nota fiscal, sem comprovação de serviço executado”, afirmou.

A CPI é composta pelos vereadores Cristiano Tavares (presidente), Fernando Bittencourt (relator) e Murilo Sala (membro) e segue colhendo depoimentos para concluir o relatório final sobre o caso.