Comer em frente às telas pode ser prejudicial para as crianças

Giovana Dal Posso

Seja assistindo algo nos celulares, tablets, televisores ou computadores, comer em frente às telas pode ser prejudicial para as crianças. Essa afirmação é confirmada pela nutricionista santa-cruzense Ana Claudia da Cruz: “No ato da alimentação temos cinco sentidos - visão, audição, tato, olfato e paladar -  que são importantes para a formação da percepção dos alimentos. Isso estimula o cérebro a ter reações e sensações, como, por exemplo, controle do apetite, prazer e aversão, que fazem parte da formação e relação dessa criança com a alimentação”, explica. 

Segundo ela, quando uma criança come em frente a uma tela, isso faz com que a atenção não esteja voltada para os alimentos e, logo,  por ser uma atividade que estimula o cérebro por conter tantas informações e imagens,  as crianças não conseguem ativar seus sentidos. Isso faz com que os pequenos comam mais e não aprendam a perceber seu ponto de saciedade.

Segundo Ana, o primeiro passo para começar a tirar esse hábito das crianças é a refeição em família. “Em primeiro lugar o resgate da família comer na mesa, todos juntos e com horários estabelecidos. Ter televisão na cozinha ou no local onde são feitas as refeições também não é favorável. O ambiente deve ser o mais organizado possível para que a criança consiga focar no prato e também ver o prato dos adultos, que são a referência dela”. 

Um outro ponto importante ressaltado pela nutricionista é deixar que as crianças façam seus próprios pratos. “Eu sei, muitas vezes ela não colocará o que é necessário, mas essa criação de autonomia despertará interesse e futuramente a imitação do prato dos pais. É umas das chaves principais quando falamos de alimentação e criança”, afirma.

Por fim, ela diz que para despertar mais o interesse das crianças nos alimentos, é necessário deixá-las à vontade. “Elas terão muito tempo para comer com talheres; respeitem a forma que a criança come e experimenta os alimentos. Pratos com alimentos diversificados nas cores também podem atrair as crianças, além de chamar para ajudarem na preparação do prato”, finaliza. “Não é fácil para o adulto comer salada todos os dias, então imaginem para uma criança? Isso é algo construído diariamente, e a TV, celular, afasta todo esse vínculo que é criado na introdução alimentar até a total independência”.