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Cigarro eletrônico: uma alternativa para deixar vício

Publicada dia 22/03/2021 às 14:03:39

Pedro Figueira

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Thaís Balielo


O santa-cruzense Felipe Neli, 28, é um usuário de cigarro eletrônico e acredita que o dispositivo pode ser alternativa para fumo tradicional ou até mesmo para deixar o vício. “Há 4 anos cometi um erro gravíssimo: comecei a fumar cigarro. Mal cheiro impregnado nas roupas, nos ambientes, dentro de casa. As pessoas ao meu redor se incomodavam com meu vício. Descontente, procurei uma alternativa, e descobri os cigarros eletrônicos: uma bobina aquecida, que vaporiza um líquido que pode conter nicotina ou não”, conta.

Ele explica que o cigarro eletrônico também faz mal, mas pesquisas indicam que ainda é um mal menor. “Da mesma forma que comer uma carne gordurosa é menos saudável que comer um filé magro, o cigarro eletrônico só é menos prejudicial para quem fuma. Se você fuma, é uma excelente alternativa para o cigarro tradicional. Se você não fuma, você está adquirindo mais riscos para sua saúde. A questão aqui é a redução de danos, e o cigarro eletrônico é cerca de 95% menos danoso que um cigarro tradicional (Instituto Público de Saúde da Inglaterra, 2015). O que muda é a forma de entrega da nicotina, tais quais adesivos e as pastilhas que são encontrados hoje no mercado”, cita.

Uma revisão de evidências independente de especialistas publicada pelo Instituto Público de Saúde da Inglaterra (PHE), conclui que os cigarros eletrônicos são significativamente menos prejudiciais à saúde do que o tabaco e têm o potencial de ajudar os fumantes a parar de fumar. As principais conclusões da revisão incluem que: a melhor estimativa atual é que os cigarros eletrônicos são cerca de 95% menos nocivos do que fumar um cigarro tradicional.

Apesar de fazer menos mal, alguns especialistas apontam para o risco do cigarro eletrônico, que tem sabores agradáveis, atrair pessoas que não fumam cigarro comum por não gostarem do cheiro, por exemplo. Já Felipe acredita que não há evidências até o momento de que os cigarros eletrônicos estejam agindo como uma rota de fumo para não fumantes.

Quando procurou o cigarro eletrônico há alguns anos se viu em um mercado pequeno e de difícil acesso no Brasil. “Eu fui o primeiro habitante de Santa Cruz do Rio Pardo a possuir um cigarro eletrônico. Hoje, eu mesmo produzo meus próprios líquidos para o consumo, e como as bases para a produção do líquido são essências alimentícias importadas, criar um novo sabor é quase como fazer uma receita de um bolo”, compara.

Mas Felipe alerta que não se pode confundir ‘tornar o produto mais palatável’ com ‘tornar o produto mais atrativo para jovens’. “Menores de idade não devem nem começar a fumar, quem dirá vaporar. Isto é uma responsabilidade dos pais e responsáveis, já que o cigarro tradicional se vende em qualquer esquina. Deixar mais agradável e mais atrativo é o que ajuda, e muito, na hora de auxiliar nós adultos a nos apegarmos com mais facilidade a essa alternativa menos maléfica. No final das contas, se as suas opções forem entre o ar puro e fumar, sem sombra de dúvidas fique com o ar puro, e nunca comece. Agora, se suas opções são entre fumar ou vaporar, vapore”, aconselha.

Felipe explica que o cigarro eletrônico simula a experiência completa para um fumante: A tragada, a inalação de vapor (e não fumaça como nos cigarros tradicionais), e a entrega da nicotina; sem deixar mau cheiro, sem deixar os dentes amarelados, sem fumaça impregnando nas pessoas e coisas ao seu redor. “Quando fumamos um cigarro, que envolve a queima do tabaco, inalamos ‘ar queimado’ ou ‘fumaça’, ou seja, gás carbônico. Os cigarros eletrônicos e vaporizadores ‘vaporizam’ substâncias as quais se misturam com oxigênio, que são inaladas e entregam a nicotina de uma maneira alternativa. Além disso, a pessoa pode ir tirando a nicotina do líquido aos poucos até deixar o vício”, afirma.