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Cães que matam gatos têm comportamento normal?

Publicada dia 03/12/2021 às 09:21:12

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Recentemente a reportagem recebeu notícias de gatos que foram mortos por ataques de cães na rua, nos bairros Paraíso e União. A rivalidade entre cães e gatos é conhecida, mas na maioria das vezes não passa de um latido ou rosnado, além de existirem muitos destes animais convivendo em harmonia na mesma casa. Com isso, surgiu a dúvida se estes ataques seriam um comportamento normal. O veterinário Kaio Sérgio da Venda falou sobre o tema com o Atual.

“Já é histórico a perseguição cães e gatos, mas não necessariamente uma condição de que eles nunca podem viver em harmonia. Porém, com o grande aumento dos animais desabrigados, abandonados e, muitas vezes, sem ter como se alimentar nas ruas, temos presenciado com certa proximidade vários acidentes envolvendo cães e gatos”, diz.

O profissional explica que os cães, principalmente em ambiente hostil como os abandonados, precisam estar sempre em estado de alerta para sobreviver na rua, e isso inclui ter que perseguir alguns animais seja para caça ou apenas proteção de seu território. “Não necessariamente esses animais são agressivos ou continuarão atacando qualquer outro animal na rua. Esses acidentes precisam ser estudados para que seja encontrada a melhor forma de prevenir”, afirma.

Kaio pondera que cães são caçadores natos, inclusive existem raças específicas caçadoras. Já os gatos são ótimos desbravadores de ambiente. “Quando se cruzam sem qualquer tipo de proteção ocorre a perseguição e, infelizmente, pode acontecer de um dos lados saírem machucados. Importante lembrar que o comportamento dos cães perante aos felinos é totalmente diferente perante aos humanos, então um cão que persegue gato não necessariamente perseguirá uma criança, ou qualquer ser humano”, aponta.

A melhor forma de evitarmos esses acidentes, segundo o veterinário, é limitando o acesso dos gatos a rua, sendo que essa prática também previne outros acidentes também fatais como atropelamento. “Gatos com acesso a rua possuem estimativa de vida até três vezes menos que gatos domésticos sem acesso a rua. Além disso, cães que costumam passear na rua sem supervisão de um tutor também estão correndo risco, e, dependendo da falta de adestramento, pode oferecer risco na rua. Portanto todo tutor é responsável pelo acesso ou não do seu pet as ruas, respondendo assim por suas atitudes e ações”, alerta.

A diarista Katia Cunha perdeu sua gata Meg de 4 anos por um ataque de cães na última semana. Ela conta que viu a gata nascer e que sempre foi criada dentro de casa. “Ela dormia comigo na minha cama. Quando eu acordava para arrumar as filhas para a escola, ela acordava e pedia para abrir o portão para fazer suas necessidades no terreno, porque não gostava da caixinha de areia. Ela saia e voltava praticamente no mesmo instante. Naquele dia ela saiu e logo escutei os latidos e os barulhos, tentamos socorrer, mas não deu tempo. Foram três cães e ela ficou inteira quebrada e furada, morreu na hora. É muita tristeza, quando vou dormir e lembro que ela não está já começo a chorar”, lamenta.

No bairro União, outra moradora relatou nas redes sociais que seu gato foi atacado na calçada de sua casa por cães e morreu. O filho de 5 anos tinha paixão pelo gato e ficou muito triste com a notícia. O veterinário Kaio argumentou ainda que quanto mais cedo o cão é acostumado no convívio com o gato é melhor para acostumar e evitar o atrito.