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8 de março: em 2022, todas as formas de violência contra a mulher aumentaram

Publicada dia 08/03/2023 às 11:13:31

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Giovana Dal Posso


No último dia 02 de março, foi lançada a quarta edição da pesquisa “Visível e Invisível”, que traz dados sobre diferentes formas de violência física, sexual e psicológica sofridas por mulheres com 16 anos ou mais durante o ano de 2022. Segundo o relatório, em comparação com as pesquisas anteriores, todas as formas de violência contra a mulher apresentaram crescimento acentuado.  Nos últimos 12 meses, 18,6 milhões de mulheres relataram ter sido vítima de algum tipo de violência ou agressão. A pesquisa descreve que, diariamente, quase 51 mil mulheres sofreram violência, o equivalente a um estádio de futebol lotado ou a uma média de 35 agressões por minutos. O levantamento, aconteceu entre os dias 9 e 13 de janeiro deste ano, e ouviu pessoas acima de 16 anos em 126 cidades do Brasil, realizando mais de 2 mil entrevistas.

Seguindo com números inéditos, no primeiro semestre de 2022, 699 mulheres foram vítimas de feminicídio no Brasil, média de quatro mulheres por dia, de acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

O aumento da violência contra a mulher estaria ligado à queda de financiamento de políticas públicas ligadas a proteção dessas mulheres. O Instituto de Estudos Socioeconômicos (INESE) apontou que o orçamento federal para combater a violência contra a mulher em 2022 foi o menor dos últimos quatro anos. A precarização dos serviços também teria sido afetada pela pandemia. Quem fornece essas informações é Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Para ela, o movimento ultraconservador que cresceu nos últimos anos também pode ser ligado ao aumento desses números.

Em santa Cruz do Rio Pardo, segundo levantamento feito pelo Atual, 104 boletins de ocorrência sobre violência doméstica foram registrados em 2022. As naturezas jurídicas das ocorrências mais registradas foram, respectivamente, Ameaça, Injúria e Lesão Corporal. A maioria das vítimas tinha algum tipo de relacionamento amoroso com o agressor, e as violências aconteceram em sua residência, e com majoritariamente as vítimas brancas.

É importante ressaltar que o número de boletins não significa o número de agressões. Ainda segundo a pesquisa “Visível e Invisível”, a maioria das mulheres que sofreram agressões e responderam à pesquisa que não tomaram uma atitude após ter sofrido a agressão mais grave. A resposta com maior percentual foi “não fez nada”, com 45%. "Procurou ajuda da família" aparece com 17,3% e procurou a ajuda de amigos com 15,6%. Apenas 4,8% acionaram a Polícia Militar, e 1,7% denunciaram via registro eletrônico.

Três crimes chocantes marcaram a cidade de Santa Cruz nos últimos meses. O primeiro caso é de Jéssica Rodrigues da Silva, que em dezembro de 2022 foi sequestrada e morta por Rodrigo Gonçalves da Silva, ex-companheiro da vítima. Já nas vésperas do ano novo, uma mulher de 43 anos foi imobilizada pelo próprio marido a estuprasse. A Polícia foi acionada pelo filho da vítima e havia prendido os dois homens em flagrante. No final de janeiro, um homem foi preso em flagrante suspeito de tentativa de feminicídio, onde ele proferiu ao menos duas facadas no ombro da vítima. A polícia não informou o tipo de relacionamento entre o suspeito e a vítima.

Como denunciar

190 – Nos casos de emergência, é possível pode ajuda por meio do telefone 190, onde uma viatura da Polícia Militar deve ser enviada imediatamente até o local para o atendimento.

180 - A Central de Atendimento à Mulher é um canal criado pela Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres, que presta uma escuta e acolhida qualificada às mulheres em situação de violência. Por meio do número 180, o serviço registra e encaminha denúncias de violência contra a mulher aos órgãos competentes.