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“Não existiu risco de explosão”, afirma dono de frigorífico

Publicada dia 13/10/2020 às 09:56:27

Renan Alves

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Diego Singolani


Em coletiva de imprensa realizada na manhã de terça-feira, 29, o proprietário do frigorífico Itajara, Ronaldo Rodrigues Alves, falou pela primeira vez sobre o vazamento de gás de amônia que aconteceu na sede da indústria no último dia 13 de setembro. De acordo com o empresário, uma válvula de segurança, que serve justamente para retirar a pressão do sistema de refrigeração, foi responsável por liberar o produto na atmosfera. Ronaldo afirmou que não houve vazamento da amônia líquida, e que o gás, apesar de ter causado desconforto à vizinhança, não pôs em risco nenhum morador. O proprietário ainda rechaçou a informação de que o local poderia explodir, como circulou nas redes sociais a partir de fontes ligadas a Prefeitura e ao próprio Corpo de Bombeiros. 

Ronaldo apresentou à imprensa uma vasta documentação, onde consta desde o programa de gerenciamento de risco da indústria, passando por um manual de prevenção de acidentes com amônia e laudo técnico sobre o manuseio adequado do produto, até um plano de evacuação em caso de emergência. De acordo com o empresário, o incidente do dia 13 de setembro não é algo comum, mas pode acontecer. “Por volta das 20h30 do domingo, uma válvula da sala de máquinas liberou o vazamento, mas somente do gás - e não da amônia líquida. A válvula é para isso: ela contém o líquido e libera o gás na proporção correta, para proteger o sistema quando há um aumento da pressão”, explicou.  O empresário disse que a indústria está localizada a 230 metros das casas mais próximas, na Vila Bom Jardim, e que os protocolos falam em 100 metros como a distância já segura em caso de eventual vazamento. “Temos uma ampla margem de segurança para um vazamento de amônia, seja líquida ou do gás. De forma alguma colocamos em risco a população e nem os nossos colaboradores”, disse Ronaldo.

O empresário admitiu que o cheiro forte, característico da amônia, pode ter causado desconforto nos moradores, mas reiterou que não houve risco a saúde das pessoas. “Quando o trabalhador da indústria está próximo do vazamento do gás, ele pode ter irritação nos olhos e dores de cabeça. Mas neste caso, para a população em geral, tem o desconforto do cheiro, mas não oferece risco à saúde”, garantiu. Ronaldo declarou que nenhum funcionário que estava de plantão no momento do vazamento foi afetado. O empresário ainda revelou que, na noite do incidente, após a situação ter sido normalizada, ele foi pessoalmente até a UPA e a Santa Casa para averiguar se algum morador havia dado entrada nos serviços de emergência com problemas decorrentes da amônia - e não encontrou ninguém. Ronaldo apresentou ofícios assinados pelos responsáveis pela UPA, Samu e Santa Casa de Misericórdia, confirmando que naquele período e no dia seguinte não houve atendimentos com este perfil. 

Desinformação

Ronaldo Alves foi enfático ao garantir que em nenhum momento houve risco de explosão no frigorífico Itajara, pois não havia fonte de calor junto ao gás. “O vazamento do gás de amônia, por si só, não tem probabilidade de explosão”, disse. O empresário criticou a divulgação nas redes sociais feita pelo bombeiro Cabo Marcos Simili, que, segundo consta, estava em serviço, mas não no atendimento presencial da ocorrência, e também pelo secretário municipal de Comunicação, Claudio Antoniolli, que deram o alerta sobre o risco de explosão no Facebook.  “Temos que ter todo o respeito com a instituição do Corpo de Bombeiros pela sua importância e excelência no trabalho prestado. Mas naquela noite, infelizmente, tivemos comentários nas redes sociais que não foram a maneira correta de informar as pessoas. Quanto ao Cabo Marcos Simili, a informação foi equivocada e inoportuna. Já o Claudio Antoniolli, eu o convidei para vir aqui naquela noite e também para estar presente hoje, na coletiva, e ele não veio”, afirmou Ronaldo. Procurados pelo Atual, ambos os citados não quiseram se manifestar. 

O empresário contou que na noite do dia 13 de setembro, os bombeiros chegaram ao frigorífico e logo verificaram que houve a liberação do gás pela válvula de segurança e que tudo já havia sido corrigido. Poucos minutos depois, deixaram o local. Ronaldo ainda afirmou que o próprio prefeito Otacílio Parras Assis (PSB) entrou em contato com ele por telefone, questionando se era necessário a prefeitura enviar algum suporte, o que foi recusado pelo empresário, pois que a situação estaria sob controle. “Não houve omissão da maior autoridade do município”, disse.

Ao fim da coletiva, Ronaldo pediu tranquilidade à população e garantiu que o frigorífico possui um sistema de segurança eficaz. “Especialmente aos moradores Bom Jardim e Divinéia. A nossa empresa tem uma responsabilidade social muito grande com essas comunidades”, declarou.