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Empreendedorismo entre os mais jovens é cada vez mais comum

Publicada dia 05/09/2022 às 12:04:57

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Existe uma ideia de que para de empreender ou começar seu próprio negócio, é necessário atingir certa idade ou até esperar os cabelos brancos – hoje em dia sabemos que isso é um mito. Um levantamento feito pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) com mais de dois mil empreendedores de todas as idades mostrou que a ideia de ter o próprio negócio estava presente na cabeça deles desde cedo. Um em cada três pesquisados pensava nisso antes de completar 18 anos, e quando se considera apenas o grupo de até 24 anos, esse índice sobe para 80%.

O santa-cruzense Luiz Fernando Estevam, 20, é um exemplo disso. Segundo ele, os negócios estavam em suas veias desde pequeno. “Eu considero que o empreendedorismo se faz presente na minha vida desde a infância. Ainda com oito nove anos sempre fui muito fascinado em como funcionava o comércio, como funcionava a demanda e oferta.”, explica. De acordo com ele, tudo começou como uma brincadeira de criança com suas primas. “Eu as chamei e falei ‘Vamos brincar de comércio?’. A gente fez todo um processo, toda uma brincadeira estruturada até. Tínhamos, por exemplo, dinheiro feito de papel sulfite, para deixar a brincadeira mais bacana”.

Conforme o tempo foi passando e foi analisando, ele relata que surgiu uma vontade de iniciar a carreira nas vendas. De começo ele vendia através de comissões dentro do seu perfil do Facebook. “Pegava objetos mesmo que as pessoas queriam estar vendendo, anunciava pela pessoa, vendia pela pessoa, e depois pegava uma comissão em cima da venda”, explica.

Depois de alguns meses, Luiz sentiu a necessidade de um lugar que fosse seu para realizar suas vendas, onde não dependesse dos outros. “Eu usava os grupos de venda que estavam surgindo, só que era muito complicado porque eles demoravam pra aprovação, às vezes dificultava a aprovação também, então acabava atrasando todo meu processo que eu tinha ali. Foi então que eu criei o grupo Mercadão da Cidade de Santa Cruz”.

De início, ele focou no crescimento do grupo, para aumentar a audiência, processo que demorou um ano. Nesse período, ele começou a pesquisar sobre marketing e publicidade digital. Quando o grupo atingiu 10 mil membros, ele parou com as vendas por comissão e resolveu investir nas novas áreas, oferecendo serviço e espaço publicitário para as marcas. Conforme o tempo foi passando, se especializou com cursos e se manteve como profissional do marketing autônomo até 2020.

No começo, teve mais dificuldades por conta da idade. “Essa questão da idade foi um pouco complicada, porque algumas pessoas e alguns comércios acabavam não confiando, e aí nem queriam ouvir propostas”, explica. “Teve mais dificuldade do que facilidades por causa da idade, mas acho que é algo natural”.

Atualmente, trabalha como profissional de marketing registrado, mas afirma que foi o serviço autônomo que iniciou desde novo que o fez chegar ali. Na faculdade, cursa administração, que diz ser essencial para a área de marketing. “Tem um marketing dentro da administração, mas entender o negócio como um todo, para que você possa trabalhar o marketing desse negócio é muito importante também”.

Aos que também querem embarcar no mundo dos negócios, Luiz deixa uma dica: “Eu acho que sempre que pensamos em abrir algum negócio, bate um medo, uma incerteza se vai funcionar ou se não vai. Só que na verdade a gente tem que deixar esse medo de lado e simplesmente se jogar”, conta. “Então deixe o medo de lado, se especializar na área que você quer e dê o seu melhor. Eu acho que ter um propósito antes de qualquer coisa é essencial, saber o que você quer e para onde você quer chegar”.