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Professor e explorador se encanta com pinturas rupestres na região

Publicada dia 11/05/2022 às 16:52:02

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Professor de história, Robson Rogério de Oliveira, é amante da natureza e gosta de explorar lugares não muito conhecidos. Através destas aventuras ele visitou um local com pinturas rupestres em Timburi (SP). Desde a infância seus pais levavam os filhos para áreas de natureza. Isso fez com que valorizasse as belezas naturais por onde esteja. Em 2020 chegou a ficar trinta e dois dias dormindo em uma barraca na natureza em uma área entre os municípios de Bernardino de Campos e Ipaussu.

Robson conta que a pandemia facilitou estas experiências de resgate e conexão com a natureza. Ele revela que esta conexão o ajudou muito no processo de luto após a morte de um filho em 2017, além do stress pós-traumático por um atentado sofrido. “A reconexão com a natureza propiciou um processo de cura. Por isso, sempre que tenho possibilidade estou apreciando as maravilhas naturais da nossa região. Já fui muito no Morro do Gavião, em Ribeirão Claro antes de todo esse progresso turístico. Já fui em São Tomé das Letras, Caxambu, Baenpendi em Minas Gerais, Pantanal sul-mato-grossense. Gosto de locais que apresentam poucas interferências, pois possibilitam melhores reflexões”, conta.

O sitio arqueológico de Timburi fica na fazenda Himalaia, propriedade particular. Ele conseguiu visitar acompanhado por um morador da região. O local não é de fácil acesso e hoje é área de plantio de pinos. “As pinturas rupestres são importantes evidências da nossa ancestralidade e significado específico. Estas pinturas são do período neolítico, pois são encontradas formas de animais e riscos em baixo relevo”, explica.

Robson ensina ainda que as pinturas eram realizadas com aspecto de evocação ao sagrado para permanência dos animais caçados na região, como se fosse uma oração em forma de agradecimento pela vida que sacrificava para garantir a sobrevivência humana. “Essa coloração da pintura em que percebe tom vermelho é devido uso do sangue e gordura animal para realizar o registro. A vivência de contemplar in loco é indescritível. A oportunidade de ver essa relação entre passado e presente, ou o teórico e o prático”, argumenta.

Como professor Robson também aproveitou sua experiência dentro da sala de aula. Ele desenvolveu ações educativas sobre a temática “Das cavernas ao terceiro milênio”, em que deu foco das pinturas rupestres ao grafite, abordando a evolução da comunicação humana.