Jornal Atual
< Voltar

Dia Nacional do Livro Infantil deve celebrar escritores santa-cruzenses

Publicada dia 18/04/2023 às 15:51:34

dia-nacional-do-livro-infantil-deve-celebrar-escritores-santa-cruzenses

Giovana Dal Posso


No dia 18 de abril, é comemorado o Dia Nacional do Livro Infantil, que ressalta a importância da leitura para crianças, afinal, é na infância que os pequenos desenvolvem seu conhecimento sobre o mundo que está ao seu redor. Ao introduzir o contato com os livros, a imaginação, criatividade, linguagem, e outras habilidades acabam se construindo – ao ler, a criança consegue conhecer lugares que nunca esteve e aprender sobre culturas e hábitos diferentes, além de aumentar as chances de se tornar um ávido leitor quando adulto.

A data foi escolhida como uma homenagem ao autor Monteiro Lobato, que nasceu neste mesmo dia, em 1882, e apesar de sua personalidade problemática, é considerado como o primeiro escritor brasileiro a escrever especificamente para as crianças e teve suas obras adaptadas para as telas, com personagens conhecidos como a boneca Emília, o sabugo Visconde de Sabugosa, o porco Rabicó, entre outros.

Para a felicidade da cultura santa-cruzense, o município conta com diversos autores voltados para o público infantil. Em comemoração a data, o Atual conversou com as escritoras Luiza Venturini e Dulce Pelegatti sobre suas vidas e obras.

Atual - Como surgiu ideia de se tornar uma autora e escrever livros infantis?

Luiza - O que me motivou foi minha filha, eu inventei a história para contar para ela quando era pequena – e hoje a história tem 20 anos de criação. No ano de 2020, durante a pandemia resolvi colocar em um livro, o que me fez reviver muitas emoções.

Dulce - Eu sempre gostei de ouvir as histórias que meu avô paterno contava. Ele era cheio de causos e histórias inventadas, devo ter herdado dele esse gosto de inventar histórias - mas na verdade meus dois livros infantis são histórias verdadeiras que aconteceu comigo. Apenas coloquei personagens e contei de um jeito fácil para as crianças entenderem, a história de “A Pequena Borboleta”, por exemplo, ficou muitos anos guardada na gaveta. Um dia mostrei para minha amiga Noriko, que já era escritora, e ela me incentivou a tornar a história pública, então fui atrás e consegui transformá-la em um livro, No segundo livro, “Teresa”, já foi mais fácil escrever pois aquele "medinho" tinha transformado em prazer.

Atual - Para você, qual a importância de introduzir a leitura na vida das crianças logo cedo?

Luiza - A literatura faz com que as crianças ativem sua imaginação, fazendo-as se transportar para outras épocas e lugares, podendo viajar.

Dulce - Como professora, conto e leio todos os dias na sala de aula, e também tenho um projeto de todo dia um aluno levar um livro para casa e ler junto com a família. Isso é importante para que a criança aprenda com imaginação, ouvindo, e até lendo as figuras. Tudo contribui para a aprendizagem e desenvolvimento cognitivo das crianças pequenas, digo para os pais que devemos ler para a criança desde que nascem.

Atual - Quando criança, você tinha hábitos de leitura ou algum livro que gostasse muito?

Luiza - Eu comecei a ler pelo exemplo de ver minha mãe lendo, o livro que mais gostei de ler que me lembro foi “A montanha encantada”.

Dulce - Minha infância foi muito pobre, não tinha livro, raras vezes peguei um na mão. Minha irmã mais velha ganhou um livro de sua professora e eu morria de vontade pegar aquele livro, mas ela não deixava. Um dia peguei escondido e me deliciei com ele. Talvez isso contribuiu para a paixão com livros.

Atual – Pode contar um pouco sobre suas obras?

Luiza – Meu livro “A minhoquinha” conta as aventuras de uma minhoquinha enquanto passeava por um jardim florido. Quando criei essa história, contava para minha filha e sempre tinha um final diferente, cada vez que a minhoquinha saia para passear aconteciam novas aventuras e eu ia mudando o final. Ao publicar o livro foi como uma homenagem para minha mãe e para minha filha. Foram momentos emocionantes, desde o dia que eu decidi colocar a história no papel. Todas as vezes que conto sobre o livro me emociono.

A coisa mais gratificante que eu nem imagina foi poder ver as crianças lendo, contando para mim que conhecem a história e a administração delas por mim ao me conhecer como autora escritora.

Dulce - Meu primeiro livro "A Pequena Borboleta " fala de uma borboletinha que nasceu com uma pequena deficiência em suas asas, e isso a deixava muito triste até que um dia ela teve incentivo de sua mãe para superá-lo.

O segundo livro "Teresa", lançado o ano passado, fala de uma menina muito tímida que sofria com os bullying na escola, e conta como ela venceu tudo isso. São temas que trabalhamos em todos os lugares. recomendo para as crianças. É uma leitura fácil e com belas ilustrações feito pelo também santa-cruzense Diogo Ladeira.