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CRAS Betinha cria ateliê de pintura para crianças

Publicada dia 18/08/2017 às 12:48:42

Reprodução

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Inspirada no trabalho de Nise da Silveira a equipe do CRAS-II-Betinha implantou um ateliê de pintura com as crianças do serviço de convivência. O espaço tem por objetivo estimular a criatividade e a arte de forma livre, fazendo com que as crianças elaborem seus pensamentos e emoções através do desenho e das pinturas.

A atividade que acontece todas as segundas-feiras é coordenada pelas monitoras Juliana e Eliana. “É apenas o pincel e a tinta, o resto é a criança que vai além da sua imaginação desenhar o que ela sente”, comenta a monitora de programas sociais Juliana Renófio.

Ao todo participam do projeto 55 crianças com ate 12 anos de idade que são atendidas pelo CRAS em contra turno escolar. “O desenho também serviu para ajudar a mostrar a realidade em que a criança vive porque ela expõe as dificuldades, brigas e até a falta de afeto que há na família”, afirma complementando. “O objetivo do CRAS também é ajudar no comportamento, atividade e participação na sociedade dos atendidos. Quando nos deparamos com algo assim contamos a equipe técnica que é composta por psicólogos e assistentes sociais para procurarem a família e oferecer auxílio”, relata.

 Para comemorar a finalização do projeto, a ideia da equipe organizadora, é no final do ano selecionar os melhores desenhos feitos pelos alunos para fazer uma exposição aberta ao público. “Estamos definindo os detalhes ainda como, por exemplo, o local, mas queríamos expor esses lindos trabalhos”, finaliza.

Nise da Silveira

Nise da Silveira foi uma renomada médica psiquiatra brasileira que dedicou sua vida à psiquiatria e manifestou-se radicalmente contrária às formas que julgava serem agressivas em tratamentos de sua época, tais como o confinamento em hospitais psiquiátricos, eletrochoque, insulinoterapia e lobotomia.

Por sua discordância com os métodos adotados nas enfermarias, recusando-se a aplicar eletrochoques em pacientes, Nise da Silveira foi transferida para o trabalho com terapia ocupacional, atividade então menosprezada pelos médicos. Assim, em 1946 fundou naquela instituição a "Seção de Terapêutica Ocupacional".

No lugar das tradicionais tarefas de limpeza e manutenção que os pacientes exerciam sob o título de terapia ocupacional, ela criou ateliês de pintura e modelagem com a intenção de possibilitar aos doentes reatar seus vínculos com a realidade através da expressão simbólica e da criatividade, revolucionando a psiquiatria então praticada no país.