Beto Rensi relembra influências de Santa Cruz em sua arte

Em uma entrevista especial, o poeta Beto Rensi conversou com o Atual sobre sua forte ligação com Santa Cruz do Rio Pardo, cidade natal de seu pai, e como essa conexão influenciou sua trajetória pessoal e artística. Nascido em São Paulo, Beto conta que desde bebê frequentava Santa Cruz, passando férias, feriados e momentos marcantes na cidade e na fazenda da família.
“Sempre passei as férias, feriados e tudo mais na cidade”, comenta. Suas lembranças se dividem entre a cidade e a fazenda, destacando momentos de liberdade e alegria. “Brincar, nadar no Rio Pardo”, andar a cavalo e frequentar o Clube Icaiçara estão entre as memórias mais vivas.
Na infância, Rensi conviveu de perto com familiares e amigos na cidade. Ele relembra a tia Noemia Eloi, figura central em sua formação pessoal: “Ela não era de dar moleza, não era de passar a mão, não”. Segundo o poeta, ela foi um grande exemplo de vida, ao lado do pai, que considera seu herói e ídolo. A relação com o pai teve impacto marcante em sua trajetória. “Ele me ensinou a nadar com uma técnica um pouco diferente, pegando pela bermuda e jogando no Rio Pardo”, conta.
Com o passar dos anos, as experiências em Santa Cruz continuaram. Rensi recorda a juventude marcada pelos bailes, domingueiras e carnavais. “Minha primeira paixão é Santa Cruz”, afirma. O convívio com a natureza e a vida rural também foram fundamentais para a construção de sua identidade artística. “Eu me baseei muito na fazenda” para compor músicas como Jornada de Peão e Geada”, revela.
Sobre o processo de transformar poesias em música, Rensi explica que não toca instrumentos e se vê como poeta e letrista. Ele destaca a parceria com Karla Dallmann: “Minha melhor amiga, minha maior parceira musical”. Durante a pandemia, Rensi adotou a rotina de escrever diariamente. “Não importava o quê, nem como, apenas a missão de escrever todos os dias”, relata.
Dessa prática surgiram textos que foram musicados por parceiros, culminando no disco Beto Rensi e Parceiros, com textos transformados em canções, incluindo homenagens como “Samba para Vanzolini” e “Alma da Lágrima”. “Eu nunca tive noção se determinado texto teria potencial para virar música. Algumas vezes tinha certeza que não, mas a Karla musicava mesmo assim”, comenta Beto, destacando a importância das parcerias no amadurecimento de sua obra.