Jornal Atual
< Voltar

Amolador há mais de 20 anos, ele herdou a profissão do avô

Publicada dia 31/01/2023 às 10:50:24

amolador-ha-mais-de-20-anos-ele-herdou-a-profissao-do-avo

Giovana Dal Posso


Quem passa há alguns meses na esquina do Palácio da Cultura Umberto Magnani Neto consegue observar seu Anselmo Donizeti Xavier, 59, que há 22 anos exerce a profissão de amolador, acompanhado de seu fiel carrinho de trabalho, onde carrega todo seu material. Apesar de ter nascido e crescido aqui, ele ficou uns anos fora da cidade e retornou recentemente. “No começo era mais difícil e as pessoas falavam que era daquele jeito, mas agora o pessoal já está começando a conhecer e a confiar”, explica.

Inspirado pelo seu avô, que também tinha a mesma profissão, ele decidiu arriscar após um tempo trabalhando como garçom. “Montei o carrinho com um carrinho de sorvete antigo e saí na rua. Quando vi que ficou bom, comecei a me aperfeiçoar e ir comprando outras coisas”, explica. Após esse período, ela conta que chegou a realizar cursos profissionalizantes, mas que se aprende mesmo é na prática. “Quando era pequeno, via meu avó em sua bicicleta onde amolava e pensava que um dia iria fazer isso também”, conta com carinho. Atualmente ele amola, tesouras, facas, alicates de unha, tesouras de poda, enxadas e muito mais. Seu Anselmo já é pai e avô, mas diz que a profissão na sua família irá acabar com ele, pois os filhos exercem outros trabalhos – apesar de serem empreendedores como o pai.

Ele fica naquele ponto de segunda a sexta o dia todo, e aos sábados até na hora do almoço, já que na parte da tarde prefere percorrer a cidade oferecendo os serviços de porta em porta, pois considera um horário onde a maioria das pessoas está em casa. Apesar de ter seus valores fixos para cada serviço, diz que não se importa quando o cliente dá uma “choradinha” para pedir um desconto, já que no final ambos saem felizes com o serviço.

Além disso, ele contam que muitos de seus atuais clientes precisavam ir até a cidade de Ourinhos para realizar esse serviço, e acabavam gastando muito com gasolina e pedágio – agora eles podem conseguem tê-lo no conforto da sua cidade. Muitas de sua clientela é formado por manicures, que confiam em seu trabalho. “Com o alicatinho, o medo costuma ser estragar a pontinha”, explica. Ao demonstrar seu trabalho durante uma entrevista com o Atual, ele demonstra ser extremamente cuidadoso no seu trabalho e até mostra alguns dos segredos do seu processo de amolação.

“É um serviço muito gostoso”, relata, “Gostoso porque eu faço com amor. Já trabalhei como garçom, trabalhei com muitas coisas, mas não gostava, sabe? Quando eu amolo e peço pra pessoa experimentar e ela fala ‘nossa, ficou ótimo’ eu fico muito contente. Dá prazer de fazer as coisas, eu fico orgulhoso”.