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153 anos: ex-professora resgata memórias sobre Santa Cruz

Publicada dia 23/01/2023 às 13:09:37

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Giovana Dal Posso


Fundada em 1870, Santa Cruz do Rio Pardo completa 153 anos no próximo dia 20 de janeiro – o que é suficiente para que diversas gerações de famílias tenham morado, crescido, e se expandido pela cidade. No mês de aniversário da cidade, o Atual conversou com a professora aposentada Teresinha Serra Pegorer, de 83 anos, que acompanhou o crescimento do local.

 Nascida e criada na cidade, ela conta que sua primeira casa foi onde hoje é a rua Euclides da Cunha, ao lado de uma padaria, e se recorda como era na época. Logo após, se mudou para uma casa que ficava em frente à Qualitá, onde seu pai trabalhava tratando a água da cidade e a mãe costureira. Filha de imigrantes, foi a décima primeira filha dos onze que sua mãe teve, e relata que seu pai veio para o Brasil ainda muito novo.

“A rua era de terra. À noite, lá por umas cinco ou seis horas, nós brincávamos na rua debaixo da luz do poste”, explica sobre o lugar onde cresceu. Apesar do poste, que tinha luz elétrica, ela conta que sua casa não possuía ligação de energia. Sobre as escolas da cidade, ela se recorda sobre o Grupo Escolar, onde estudou durante anos – que mais tarde se tornou o prédio da Delegacia de Ensino de Santa Cruz. Também foi aluna do colégio Companhia de Maria, onde se realizava o chamado “Magistério”.

Quem acha que o cinema da cidade sempre foi localizado no atual Palácio da Cultura ‘Umberto Magnani Netto’, se engana. Na sua época, as matines e exibições de teatro eram realizados no prédio onde atualmente é a Prefeitura Municipal. Aos domingos, quando estava na escola, um dos encontros dos alunos era no rádio, no ‘Programa do Estudante’, onde os jovens santa-cruzenses apresentavam seus talentos ao vivo. “Tinha gente que cantava, tocava piano, se apresentava”.

Terezinha se recorda que na época, também, grande parte das casas na cidade tinham pomares de frutas e flores, e algumas até possuíam criação de animais, como porcos e galinhas. Após um tempo, porém, ela diz que a prática foi proibida, pois era considerada como insalubre.

Buscando suas memórias sobre a cidade, ela também se lembra do centenário da cidade, no ano de 1970, onde “fizeram um bolo de quase meio quarteirão e distribuíram para a população. As pessoas iam pedir os pedações de bolo, que ficavam nas mesas”.

Tendo vivido mais da metade da história da cidade, ela, assim como muitos moradores santa-cruzenses são peças fundamentais para o resgate e preservação da memória da cidade.