Terapia Cognitivo-Comportamental ensina a lidar com medos e problemas de forma didática
Mariana Pires

Todos já experimentaram algum medo. Pode ser medo do escuro, medo de água ou até mesmo medo de dirigir. Sabemos que alguns desses “bicho-papões” tem origem no subconsciente, enquanto outros em traumas e experiências vividas. No entanto são poucos os que sabem como enfrentar cara a cara esses medos sem a ajuda de um profissional.
Roberta Senra Roncatti, 41, é psicóloga e adepta a Terapia Cognitiva-Comportamental (TCC). Ela esclarece que um dos objetivos da técnica é ajudar na superação e ensinar meios de lidar com essas fobias para os pacientes. “A terapia tem caráter didático, ou seja, o objetivo não é unicamente ajudar o paciente com seus problemas, e sim, dotá-lo de um novo instrumento de cognição, pensamento e comportamento”.
A Terapia Cognitiva-Comportamental foi criada na década de 50 pelo psiquiatra americano Aaron Beck e foca diretamente nos processos cognitivos, ou seja, na forma como o paciente pensa. “Entende-se que os pensamentos distorcidos são os que geram os sintomas negativos, como ansiedade, medo e depressão”, Roberta explica.
A função do terapeuta, nesse caso, é auxiliar o paciente a fazer uma avaliação mais objetiva e realista das situações conflituosas, além de orientar o treino de novos comportamentos, com técnicas direcionadas a realidade da pessoa. Roberta ainda completa que esse processo serve para transformar os chamados pensamentos distorcidos em pensamentos positivos.
De acordo com a psicóloga, a diferença essencial entre a Terapia Cognitiva-Comportamental e a psicanálise reside na forma que o problema será abordado. “A psicanálise, centra-se em tornar consciente o inconsciente através da associação livre, fala direta e simultânea. Já na Terapia Comportamental, o foco é no problema ou queixa principal do paciente, com objetivo definido na modificação de comportamentos problemáticos. O tempo também é um diferencial, sendo limitado até no máximo 24 sessões”.
Ela ainda ressalta que a Terapia Comportamental pode ser indicada para vários transtornos mentais, como depressão, síndrome do pânico, fobias, ansiedade, hipocondria e dependência química. “As sessões são semi -estruturadas, envolvendo tarefas entre as mesmas. É uma terapia focal, requerendo a definição das queixas principais e a criação de metas terapêuticas”, esclarece.