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Setembro Amarelo levantou reflexão sobre o cuidado da saúde mental

Publicada dia 03/10/2022 às 14:12:01

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Desde 2015, o Setembro Amarelo é um mês dedicado à prevenção e conscientização do suicídio, assunto que se torna cada vez mais importante. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), no Brasil cerca de 38 pessoas tiram a própria vida diariamente, o que soma em média 14 mil pessoas por ano. Dados do Ministério da Saúde também apontam que entre 2010 e 2019, houve um aumento de 43% no número de mortes.

Mesmo após todos esses dados, e sete anos da campanha em solo brasileiro, o tema suicídio ainda é um tema de desconforto na sociedade. Segundo o psicólogo Daniel Perin, uma dessas causas é a tendência de ignorar assuntos como a saúde mental. "Quando estamos doentes, procuramos um médico. Mas quando o sofrimento é psíquico, somos aconselhados a sermos fortes, pois isso irá passar. O adoecimento psíquico ainda é visto com preconceito, o que dificulta o diálogo sobre o suicídio", explica.

Apesar de o ato tirar a própria vida de quem o comete, o suicídio é uma pratica que afeta todas as pessoas ao redor da vítima. "135 pessoas são acometidas por um luto muito intenso, ou afetadas de alguma forma, ou seja, 108 milhões de pessoas são anualmente afetadas de modo profundo pelo comportamento suicida", conta Daniel. Para essas pessoas, ele conta que é possível trabalhar com a prevenção, com orientação, esclarecimentos e apoio a familiares e amigos de uma pessoa que está tendo ideações suicidas, e a prevenção, que busca cuidar de quem sobrevive, como amigos e familiares.

Por mais que a depressão seja um dos fatores de risco para o suicídio, Daniel explica que ele é multifatorial. Aspectos socioambientais como a falta de dinheiro, desemprego, crises políticas e econômicas, discriminação por orientação sexual e identidade de gênero, e várias outras situações podem ser vulnerabilizantes. "Por este motivo o suicídio é uma questão de saúde pública, portanto as políticas públicas funcionam como fatores de prevenção”, explica.

Atualmente, o Centro de Valorização da Vida realiza a prevenção do suicídio, e atende gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, e-mail e chat 24 horas todos os dias. O atendimento acontece por meio do site cvv.org.br ou pelo telefone 188.

Serviço

Daniel Perin Cassiolato é psicólogo clínico e analista, além de ser especialista em psicopatologia. Ele realiza psicoterapia online e presencial para adolescentes, adultos e casais.

Seu endereço é na Av. Dr. Pedro Catalano, 280, Chácara Peixe. O telefone para contato é (14) 99659-2666.