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Profissional fomenta medicina integrativa nos atendimentos

Publicada dia 03/08/2022 às 10:30:24

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A ginecologista Daniela Folador está planejando montar um atendimento particular na cidade aplicando a medicina integrativa. Ela revelou que já pratica o método em suas consultas pelo SUS, mas ainda tem dificuldade pela falta de tempo nos atendimentos.

Ela explica que medicina integrativa é uma abordagem de cuidados da saúde do ser humano como um todo. “Nesta abordagem o paciente deixa de ser apenas um receptor, ele passa a realmente entender sobre sua saúde, de modo a participar ativamente do seu tratamento e cura. Ou seja, o paciente é parceiro com o médico para a integridade de sua saúde”, diz.

Folador pondera que a medicina ensinada na faculdade é ótima para tratar sintomas, e cuidar das emergências. “Porém, ficamos falhos por estarmos fragmentando cada vez mais o paciente, e pouco ouvimos o que eles nos contam. Ficamos presos a valores de referência de laboratório, que às vezes vem normal, mas o paciente não está bem.  Então pela medicina integrativa podemos dar mais participação para o paciente. Ele é mais importante que um resultado de exame”, argumenta.

A profissional revelou que se atentou para a integrativa observando a frustração dos tratamentos que só controlam sintomas momentaneamente, mas não modifica efetivamente a vida do paciente, que fica refém de uma enorme quantidade de remédios a cada especialista que passa mais e mais fármacos. “A medicina integrativa engloba muito a parte ortomolecular, corrigindo deficiência de micronutrientes, de desvios de funcionalidade das células, que é onde começam as doenças crônicas”, explica.

Sobre a implantação no SUS, Daniela garante que vem aplicando esta abordagem. “Estou conseguindo, mesmo que muitas estranhem, pois elas chegam para consulta ginecológica e eu acabo abordando outras questões, como funcionamento do intestino, qualidade de sono, alimentação etc... Acabo gastando mais tempo de consulta”, relata.

A médica pondera que no SUS, se o gestor público só der importância para número de atendimentos por período, isso não daria certo. “Aqui em Santa Cruz consegui esclarecer ao pessoal da Secretaria de Saúde que para minha melhor prática, precisaria de mais tempo de consulta por paciente”, conta.

A dificuldade que Daniela ainda sente é quando precisa fazer suplementações com vitaminas, minerais ou hormônios específicos, e a paciente não tem condições de comprar, e não tem disponível na farmácia SUS. “Tento superar, prescrevendo suplementos mais acessíveis, em menores doses e tentando juntamente com a paciente ver como ela pode, dentro da sua realidade, promover mudanças positivas para a saúde. Tenho planos de manter essa abordagem no SUS, e expandir para consultas e mentorias particulares também”, afirma.