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Prevenção ao câncer de pele é objetivo do “dezembro laranja”

Publicada dia 28/12/2020 às 10:10:45

Thaís Balielo

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Thaís Balielo


Desde 2014, a Sociedade Brasileira de Dermatologia promove o Dezembro Laranja, iniciativa que faz parte da Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer da Pele. Desde então, sempre no último mês do ano, são realizadas diferentes ações em parceria com instituições públicas e privadas para informar a população sobre as principais formas de prevenção do câncer de pele e a procurar um médico especializado para diagnóstico e tratamento.

A dermatologista Ana Lúcia Beltrame alertou que o câncer da pele é o tipo da doença mais incidente no Brasil, com cerca de 180 mil novos casos ao ano. “Quando descoberto no início, tem mais de 90% de chances de cura. Com essas campanhas, houve um aumento no diagnóstico da doença, mostrando que elas são muito importantes e esclarecedoras para a população. Dessa maneira, as pessoas têm se conscientizado mais dos riscos do câncer de pele e da sua prevenção, pois moramos num país de clima quente e de intensa radiação solar na maioria das regiões”, diz.

A exposição solar constante ou exagerada e desprotegida ao longo da vida leva a um acúmulo da radiação ultravioleta na pele, com formação de sardas, manchas, rugas, envelhecimento precoce. Somados aos episódios de queimadura solar, podem levar principalmente à formação ou aparecimento do câncer de pele.

Ana Lúcia explicou que qualquer pessoa pode desenvolver um câncer de pele com a exposição contínua a radiação solar, porém existem aquelas mais propensas a ter, como as pessoas de pele, cabelos e olhos claros; indivíduos com histórico familiar de câncer de pele; múltiplas pintas pelo corpo e pacientes imunossuprimidos e/ou transplantados.

“Essas pessoas precisam de uma visita frequente a um médico dermatologista e um acompanhamento. Por isso, é preciso prestar a atenção em pintas que crescem, manchas que aumentam, sinais que se modificam ou feridas que não cicatrizam, pois podem revelar o câncer de pele”, alerta.

A profissional aconselhou a cuidar da pele a partir de hábitos de fotoproteção, que incluem uso de óculos de sol e blusas com proteção UV, bonés ou chapéus, preferir a sombra, evitar a exposição solar entre 9 e 15 horas e utilizar filtro solar com fator de proteção igual ou superior a 30, reaplicando a cada duas horas ou sempre que houver contato com a água. 
Segundo dados da Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer da Pele, cerca de 60% da população brasileira ainda não usa nenhum tipo de proteção solar no dia a dia, e sim apenas quando estão na praia ou piscina. “O uso diário, apesar de ainda ser pequeno, deve ser incentivado, pois se realizado de maneira regular e na frequência adequada, inclusive em dias nublados, o protetor solar pode reduzir a incidência dos danos solares cumulativos na pele e evitar o aparecimento do câncer de pele”, garante.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), em 2020, a doença corresponde a 27% de todos os tumores malignos no país, sendo os carcinomas basocelulares e espinocelular (não melanoma) responsáveis por 177 mil novos casos da doença por ano. Já o câncer de pele melanoma tem 8,4 mil casos novos anualmente, superando a incidência de todos os outros tipos de câncer.

O diagnóstico precoce do câncer de pele é fundamental, pois são altos os percentuais de cura se diagnosticados e tratados no início. “O melanoma, apesar de não ser o mais incidente, é o mais agressivo e potencialmente mortal, mas quando descoberto no início, a doença tem mais de 90% de chance de cura. Daí a importância da prevenção e conscientização da população quanto ao câncer de pele”, afirma.

Beltrame alerta que nesta época de pandemia o índice de diagnósticos de câncer de pele diminuiu em 46% em relação à mesma época do ano passado. Com menos pessoas procurando os consultórios para consultas de rotina e prevenção, o diagnóstico precoce pode estar sendo prejudicado este ano. “Por isso, lesões suspeitas devem ser avaliadas por um dermatologista, e tomando todos os cuidados para a prevenção da Covid-19”, aconselha.

Os tipos de câncer de pele mais comuns são:

Carcinoma basocelular

É o câncer de pele mais frequente na população, correspondendo a cerca de 70% dos casos. Se manifestam por lesões elevadas peroladas, brilhantes ou escurecidas que crescem lentamente e sangram com facilidade.

Carcinoma espinocelular

É o segundo tipo de câncer de pele de maior incidência no ser humano. Ele equivale a cerca de 20% dos casos da doença. É caracterizado por lesões verrucosas ou feridas que não cicatrizam depois de seis semanas. Geralmente causam dor ou incômodo e possuem sangramentos. 

Melanoma

Corresponde a cerca de 10% dos casos, porém é o mais grave e pode provocar metástase rapidamente – espalhamento do tumor para outros órgãos do corpo humano – e levar à morte. São pintas ou manchas escuras que crescem e mudam de cor e formato rápido. As lesões também podem vir acompanhadas de sangramento.