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Osteopatia é alternativa para o tratamento da saúde sexual das mulheres

Publicada dia 05/03/2020 às 18:08:24

Marcos Pellegatti

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Diego Singolani


Trabalhar para identificar e corrigir as causas do problema e assim restaurar o equilíbrio natural do corpo. Este é um dos princípios da osteopatia, abordagem que ganha cada vez mais espaço principalmente dentro da fisioterapia. A osteopatia se baseia em profundos conhecimentos sobre anatomia, fisiologia e biomecânica, e se utiliza de técnicas manuais para interferir na estrutura e função do corpo, avaliando como os músculos, ossos e demais tecidos interagem entre si. Utilizada em pacientes de todas as faixas etárias, e com inúmeras aplicações, a osteopatia também é uma poderosa ferramenta para os cuidados com a saúde sexual das mulheres. De acordo com fisioterapeuta Giovana Simão Bianchi Gonçalves, os sintomas da tensão pré-menstrual (TPM), cólica menstrual, falta de libido e até dor na relação sexual podem ser tratados por meio da técnica.

Giovana explica que a osteopatia é uma forma de diagnóstico e tratamento que entende a cura como dependente de fatores ambientais internos e externos, nutrição adequada e integridade estrutural. A fisioterapeuta conta que decidiu pela especialização em osteopatia ainda durante a faculdade. “O que eu encontrei somente na graduação não me parecia o suficiente para tratar o ser humano como um todo, como uma unidade. Por exemplo: muitas vezes, em uma dor no nervo ciático, o problema não está exatamente ali - pode estar no funcionamento de uma víscera, em um bloqueio estrutural ou até em um espasmo muscular”, exemplifica a especialista. A fisioterapeuta diz que a sessão de osteopatia começa desde o momento em que o profissional busca o paciente na recepção, observando seus movimentos e maneiras de agir. “Depois nós sentamos e conversamos. Busco saber não apenas o que lhe incomoda, mas também seus hábitos de vida. A partir da coleta da sua história, início uma avaliação física, que me encaminha para o tratamento de um ou mais sistemas do corpo. Isso tudo leva em torno de uma hora”, declarou.

A aplicação da osteopatia em situações intrínsecas à saúde feminina pode trazer benefícios significativos, segundo a fisioterapeuta. Giovana explica que o sistema reprodutor feminino - e suas repercussões em outros locais - pode sofrer restrições mecânicas vindas de cirurgias, inflamações, traumas na região, partos complexos, falta de vascularização, déficit de inervação e até bloqueios na coluna vertebral. “As disfunções nesse sistema englobam muitos hormônios e esse é um dos motivos para a TPM e problemas sexuais. Muito comumente, podem gerar dores lombares e pélvicas, mau funcionamento dos órgãos da região e do ciclo menstrual”, alerta a especialista. No caso de cirurgias, com cesárea, a fisioterapeuta chama a atenção para a formação de um tecido a partir da cicatriz que é chamado de aderência. Normalmente, este tecido restringe o movimento e a função das estruturas ao redor da área operada. “Um exemplo é a histerectomia (remoção do útero e outros). É muito comum mulheres chegarem com problemas de dor no quadril ou na lombar e relatarem que passaram por esse procedimento. Nesses casos, são trabalhados os tecidos da região para que se quebrem as aderências e haja vascularização das estruturas até que o corpo consiga se curar e permanecer sem dor”, afirmou.