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Ortodontia pode ajudar a respirar melhor

Publicada dia 15/04/2021 às 11:11:36

Thaís Balielo

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Thaís Balielo


A respiração pela boca pode trazer uma série de problemas e os sintomas começam a aparecer ainda na infância. O ortodontista Marco Antônio Lorenzetti explica que os aparelhos ortodônticos podem ajudar muito e devem ser utilizados ainda na fase de crescimento para corrigir o problema. Ele relata que o diagnóstico de respiração bucal pode ser feito já nos primeiros anos de vida.

Lorenzetti salienta que o quadro denominado respiração bucal se caracteriza pelo bloqueio permanente das vias aéreas superiores, diferente da obstrução temporária causada por doenças respiratórias como infecções ou alergias. Quando o bloqueio é persistente, a respiração bucal terá como consequências uma adaptação da musculatura facial do paciente. Como a criança ficará com a boca aberta para poder respirar, acarretará modificações nas arcadas dentárias e da face.

“Crianças respiradoras bucais também tendem a dobrar o pescoço, buscando facilitar a passagem do ar, provocando uma rotação dos ombros para dentro e sérios problemas de coluna cervical, além de outras alterações como cansaço frequente, sonolência diurna, desânimo, falta de apetite, olfato e paladar diminuídos, alterações nutricionais, enurese noturna e déficit de aprendizado, asma, ronco, halitose e apneia obstrutiva do sono”, cita.

O ortodontista explica que antes dos seis anos de idade o tratamento ortodôntico-ortopédico funcional é direcionado para a expansão da arcada superior, buscando melhorar o padrão respiratório da criança. O objetivo é mais preventivo, impedindo o aparecimento dos sintomas mais graves (deformidades de face e apneia na fase adulta).

Dos seis anos ao final da adolescência o tratamento é um pouco mais complexo, pois a respiração bucal já provocou algum tipo de alteração das estruturas da face (ossos e dentes), portanto, tem um aspecto mais corretivo, com o uso de diversos tipos de aparelhos.

Já na idade adulta, os aparelhos poderão corrigir as alterações de posicionamento dental, mas a face só pode ser corrigida com o auxílio de cirurgia ortognática, nos casos onde a respiração bucal provocou deformidades mais graves. Ele alerta que os pacientes não tratados precocemente estão mais sujeitos ao aparecimento de apneia do sono.

“Os casos de respiração bucal são problemas complexos, que exige um tratamento multidisciplinar, onde o otorrinolaringologista, o pediatra, o alergista, fonoaudiólogo e fisioterapeuta tem um papel fundamental no diagnóstico precoce e tratamento dos aspectos médicos e funcionais da doença”, explica.

Marco atende em Santa Cruz e em São Paulo, além disso, passou a oferecer um serviço de consulta online pelo site www.maestreodontologia.com. A ideia é uma consulta para esclarecer dúvidas e iniciar o diagnóstico do problema antes da consulta presencial.

Apneia

Sobre a Apneia Obstrutiva do Sono, Marco explica que existem três tipos. A obstrutiva, a central e a mista. A obstrutiva é mais comum. Independente da causa, os portadores de apneia noturna param de respirar repetidamente durante o sono, em alguns casos, por centenas de vezes, com pausas que podem exceder um minuto.

“Essas paradas na respiração fazem com que a pessoa saia da condição de sono profundo e vá para uma condição de sono leve ou até desperte rapidamente. Isso resulta em uma qualidade de sono pobre, o que faz com que a pessoa fique com uma sensação de fadiga acentuada e com sonolência durante o dia”, relata.

Normalmente a apneia é acompanhada por um tipo de ronco com um ruído acentuado, que impede o sono adequado de qualquer pessoa que durma com um portador do problema. Quando não tratada pode aumentar o risco de aumento da pressão arterial, ataques cardíacos, derrames, obesidade, diabetes e por em risco a vida.