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Novos aparelhos auditivos têm bluetooth e até bateria de íons de lítio

Publicada dia 18/09/2020 às 09:46:49

Jornal Atual

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Diego Singolani


Aquele tempo em que grandes aparelhos auditivos não passavam despercebidos e ainda tinham graves limitações na amplificação ficou para trás. Se antes eram motivo de vergonha para algumas pessoas, hoje estes dispositivos possuem o que há de mais avançado em tecnologia, aliando saúde, bem-estar e funcionalidade. Os aparelhos são cada vez menores e mais potentes, o que reflete em ganho na qualidade de vida para quem possui algum grau de deficiência auditiva. E não são poucos. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), existem aproximadamente 360 milhões de pessoas com perda auditiva incapacitante. No Brasil, os problemas auditivos atingem cerca de 9,7 milhões de pessoas. Isso equivale a mais de 5% da população, de acordo com as estimativas do IBGE.

Para a fonoaudióloga Lilian Francisca Herrera Bueno, pós-graduada em audiologia e que atua há 19 anos no mercado, a tecnologia ajudou as pessoas a aceitarem os dispositivos. Lilian também é proprietária da ProAudio Soluções Auditivas, empresa especializada nesses equipamentos de ponta, que possui uma unidade em Ourinhos (SP). “Os aparelhos ficaram menores, com muito mais conforto auditivo. Os sons entram mais macios, sem irritar a pessoa, com mais qualidade na compreensão da fala, diminuindo o ruído de fundo”, explica a profissional. “Antigamente os aparelhos eram apenas amplificadores. Agora, têm recursos que ajudam exatamente onde a pessoa precisa, com vários programas que se adaptam de acordo com o ambiente”, afirma Lilian.

Os aparelhos auditivos entraram definitivamente na era digital e nanotecnologia. “Além de menores e mais potentes, há também a possibilidade de conexão com equipamentos e acessórios via bluetooth, fazendo a transmissão direta com o celular ou smart tv”, diz a especialista. Outro diferencial importante nos aparelhos auditivos modernos é a possibilidade de recarga da bateria, que possui grande autonomia de tempo, livrando os usuários das ultrapassadas pilhas. As baterias são de íons de lítio, como nos iPhones, por exemplo.

Cuidados com a saúde

Pessoas com perda auditiva hereditária, idosos com dificuldade na compreensão, perdas por exposição ao ruído, são alguns dos fatores que levam à necessidade do aparelho auditivo. “Toda pessoa que possui uma determinada dificuldade auditiva, após ser examinada por um profissional, é candidata a usar um aparelho. Os brasileiros, na grande maioria, não tomam os devidos cuidados com a saúde - e com a saúde auditiva não é diferente. Ficam expostos a sons fortes, uso de fone inadequado, entre outros fatores de risco”, diz Lilian.

A fonoaudióloga alerta para os primeiros sinais de perda auditiva, como aumentar demasiadamente o volume da televisão, pedir frequentemente para que as pessoas repitam a fala e dificuldade em se comunicar ao telefone. “Quando identificar um desses sintomas, procure um otorrinolaringologista que irá indicar os exames adequados para verificar sua audição. E assim, se for diagnosticada a perda auditiva, ela será analisada para decidir qual o melhor modelo, potência ou recurso do aparelho a ser colocado”, afirmou Lilian.